FBI conclui que não houve ameaça de morte a piloto negro da Nascar - Gazeta Esportiva
FBI conclui que não houve ameaça de morte a piloto negro da Nascar

FBI conclui que não houve ameaça de morte a piloto negro da Nascar

Gazeta Esportiva

Por AFP

23/06/2020 às 21:52 • Atualizado: 23/06/2020 às 21:58

São Paulo, SP

O FBI determinou nesta terça-feira que a corda encontrada na garagem de Darrell 'Bubba' Wallace, o único piloto negro da série Nascar, no circuito do Alabama, nos Estados Unidos, estava naquele lugar desde o final de 2019, e por conta disso não vai apresentar acusações contra ninguém.

"O FBI concluiu sua investigação no circuito Superspeedway de Talladega, no Alabama, e determinou que Bubba Wallace não era alvo de um crime de ódio", afirmaram através de um comunicado os administradores da Nascar, a principal categoria de automobilismo americana.

"O relatório do FBI conclui, e as evidências fotográficas confirmam que o laço na porta da garagem estava lá desde o outono passado (no hemisfério norte). Isso foi obviamente muito anterior à chegada da equipe 43 e da atribuição da garagem", acrescentaram.

FBI concluiu que a forca estava na garagem de Bubba Wallace desde 2019 (Foto: Chris Graythen/Getty Images/AFP)


No domingo passado, a Nascar havia relatado que a corda foi encontrada na garagem de Wallace horas antes da prova no Alabama. Para muitos, a corda fazia uma alusão ao enforcamento, uma forma de assassinato de muitos negros nos Estados Unidos durante a segregação racial.

A descoberta chocou o mundo esportivo americano e gerou numerosos sinais de solidariedade com o piloto, que nas últimas semanas foi uma das faces mais visíveis de apoio ao movimento antirracista Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).

Quinze agentes do FBI participaram das investigações desde segunda-feira, conduzindo inúmeras entrevistas e analisando evidências documentais, disse o agente especial encarregado da investigação, Johnnie Sharp, e o procurador-geral do Distrito Norte do Alabama, Jay E. Town, em comunicado conjunto nesta terça-feira.

"Embora agora se saiba que a corda estava na garagem número 4 em outubro de 2019, ninguém sabia que Wallace seria designado para a garagem número 4 na semana passada. Após uma análise completa dos fatos e evidências que cercam esse evento, concluímos que nenhum crime federal foi cometido", observou o texto.

Wallace foi um dos muitos atletas americanos que se manifestaram contra o assassinato do afro-americano George Floyd nas mãos de um policial branco de Minneapolis em 25 de maio, o que provocou a maior onda de protestos antirracismo no país nas últimas décadas.

Menos de duas semanas atrás, o piloto também foi uma figura-chave para convencer a Nascar a banir a bandeira confederada em seus circuitos e instalações, sendo associada por muitos ao racismo e à escravidão nos Estados Unidos. Numerosos atletas também expressaram apoio a Wallace nas últimas horas, incluindo o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton e a estrela da NBA LeBron James.

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