Gazeta Esportiva

Ex-modelo e filósofa pela Sorbonne: conheça Nathalie Moellhausen, ouro na esgrima

Nathalie Moellhausen conquistou a medalha de ouro no mundial de esgrima nesta quinta-feira e tornou-se a primeira brasileira a ser campeã na competição. Surpreendendo a projeção para a grande decisão, a atleta derrotou a chinesa Sheng Li na final individual de espada, disputada em Budapest, na Hungria. Nascida em Milão, a esgrimista que fez história tem uma trajetória não usual dentro do esporte, tendo um passado como modelo e também estudante de filosofia.

Nathalie obteve a cidadania brasileira por conta de sua família materna, já que é filha da estilista ítalo-brasileira Valeria Ferlini. A atleta tem também uma veia alemã: seu pai, o já falecido Philippe Moelhausen, era germânico. Quando conquistou o título em Budapest, a esgrimista beijou a tatuagem que tem no pulso esquerdo, uma homenagem ao pai, que faleceu em março de 2018, aos 63 anos, por infarto.

Nathalie defende o Brasil na esgrima desde 2014 (Foto: Alexandre Castelo Branco/COB)

No início de sua carreira, Nathalie defendeu a Itália, um dos países com maior tradição na esgrima. Pelo país europeu, a atleta já havia conquistado sua primeira medalha de ouro no mundial da modalidade, em 2009, competindo por equipes. Além disso, também em equipe, ficou com o bronze em 2011. Individualmente, já tinha um bronze, conquistado em 2010.

Após 2012, Nathalie perdeu espaço na equipe italiana e optou por dedicar-se a outras áreas. Aproveitando sua beleza, foi modelo e chegou a desfilar em importantes grifes de moda, como Dolce & Gabbana e Alberta Ferreti. Interessada também pelo universo acadêmico, cursou Filosofia na universidade Sorbonne, em Paris, uma das instituições mais conceituadas na área de ciências humanas do mundo.

Nathalie tem uma veia artística, representada pela fundação de uma produtora de eventos própria, buscando desenvolver uma carreira paralela como diretora de arte. Em 2010, a ítalo-brasileira já havia elaborado a apresentação e a coreografia para a abertura do campeonato mundial de esgrima, em Paris. Ainda dentro do esporte, organizou o primeiro calendário fotográfico com atletas da modalidade de todo mundo. Por fim, em 2013, atuou como diretora de arte da festa que celebrou o centenário da Federação Internacional de Esgrima.

Nathalie Moellhausen posa com medalha de ouro conquistada (Foto: Peter Kohalmi/AFP)

O Brasil entrou esportivamente na vida de Nathalie em 2014. A atleta foi convidada para representar o Brasil, em um projeto que buscava o desenvolvimento da esgrima no país. Desde então, Moellhausen foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, além de ter chegado às quartas de final na Olimpíada Rio 2016. Ao lado de Guilherme Toldo, que disputou na categoria de florete, a brasileira alcançou o melhor resultado da história do país.

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