Dez atletas brasileiros foram flagrados em exames antidoping após esses testes apontarem o uso de substâncias proibidas pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Os envolvidos são mantidos em sigilo, no entanto, concordaram em colaborar com as investigações em troca de penas reduzidas, nos mesmos moldes de uma delação premiada, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira.
A ABCD encaminhou os depoimentos dos atletas ao Ministério do Esporte, que por sua vez acionou o Ministério Público de São Paulo. O promotor José Reinaldo Guimarães foi encarregado de assumir o caso e requisitou a abertura de um inquérito policial. A substância EPO, que ficou famosa após o ex-ciclista multicampeão Lance Armstrong ter revelado utilizá-la, é a mais utilizada entre os brasileiros envolvidos no escândalo, entretanto, há casos com outros medicamentos em investigação.
“Existem indícios graves. Doping é uma coisa que mexe com a credibilidade do esporte. O fato é especialmente diferenciado, às vésperas do brasil sediar os Jogos Olímpicos”, afirmou o promotor à Folha.
A eritropoietina, mais conhecida como EPO, é muito usada por atletas no atletismo e no ciclismo, esportes que exigem alta resistência dos atletas. Este hormônio sintético estimula o corpo a produzir mais hemácias, fazendo com que mais oxigênio seja transportado do sangue para os tecidos, o que garante um desempenho maior.
A ABCD passou a monitorar especificamente a EPO após perceber um aumento significativo no número de atletas adeptos dessa substância. Ainda segundo a reportagem, a compra da eritropoietina exige prescrição médica, no entanto, pode ser facilmente adquirida em algumas farmácias.
