Bicampeã olímpica, Martine Grael quer desassociar a vela do luxo: "Não é inacessível" - Gazeta Esportiva
Bicampeã olímpica, Martine Grael quer desassociar a vela do luxo: "Não é inacessível"

Bicampeã olímpica, Martine Grael quer desassociar a vela do luxo: "Não é inacessível"

Gazeta Esportiva

Por Pedro Nascimento

31/12/2021 às 07:00

Aracaju, SE

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Martine Grael subiu no lugar mais alto do pódio pela segunda edição consecutiva. Ao lado de Kahena Kunze, conquistou o ouro na classe 49erFX de vela, em prova disputada na baía de Enoshima.

Na visão de Martine, que concedeu entrevista à Gazeta Esportiva, as conquistas no Rio de Janeiro e em Tóquio tiveram sabores distintos, já que as edições aconteceram em contextos bastante diferentes.

“2016 foi inesquecível, com toda a aproximação das Olimpíadas, a torcida, o calor, os amigos. Muita camaradagem entre os atletas. No Japão, a marca foi a superação, a dificuldade de chegar até lá. No Japão, foi muito frio, tiveram atletas que só vi na água, nem cheguei a ver em terra. Foi uma coisa mais fria, até mesmo nas comemorações depois. Teve um gostinho muito bom pelo desafio que foi chegar até lá”, disse a velejadora.




Martine também comentou sobre a popularização de sua modalidade, buscando desmistificar a noção de que a vela é um esporte elitizado.

“Quando a gente chegou das Olimpíadas, todas as escolinhas do Rio tiveram lotação máxima. De certa forma, uma certa coisa despertou no pessoal. O esporte de competição é muito caro, mas a vela tem essa parte do lazer, que não é inacessível. Acho que as pessoas associam muito a vela com o luxo, mas tem um esporte muito bonito por trás, que não necessariamente requer tanto investimento. Você pode participar como tripulante, tem várias maneiras de entrar na vela”, afirmou a atleta.

Por fim, Martine não ficou em cima do muro ao falar sobre o próximo ciclo olímpico, garantindo presença na luta por mais uma medalha em Paris 2024.

“Na verdade, eu nem sabia se a gente ia continuar, mas a bola ficou quicando, três aninhos só… Depois do bicampeonato olímpico, sem contar a vontade de treinar, parecia meio óbvia a decisão”, finalizou.

No início de dezembro, Martine marcou presença no Prêmio Brasil Olímpico de 2021, com cerimônia realizada em Aracaju. A atleta também representou sua parceira Kahena, e a dupla foi reconhecida como o destaque da vela brasileira no ano.

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