Letícia Oro, destaque em Oregon, mira os 7 metros - Gazeta Esportiva
Medalha de bronze no Mundial de Atletismo, Letícia Oro volta ao Brasil e mira os 7 metros

Medalha de bronze no Mundial de Atletismo, Letícia Oro volta ao Brasil e mira os 7 metros

Gazeta Esportiva

Por Redação

26/07/2022 às 16:42 • Atualizado: 26/07/2022 às 16:51

São Paulo, SP

A catarinense Letícia Oro Melo, medalha de bronze no salto em distância no Mundial de Atletismo do Oregon, encerrado domingo, nos Estados Unidos, retornou na manhã desta terça-feira ao Brasil no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, juntamente com outros atletas, dirigentes e pessoal das áreas médica e administrativa.

Cuidadosa com as palavras, depois de uma viagem de mais de 24 horas, desde a saída de Eugene até a chegada a Guarulhos, ela disse que ainda não processou a conquista da medalha de bronze - apenas a sua segunda competição do ano. “Enfrentei muitos problemas, o maior deles foi, sem dúvida, a cirurgia no joelho esquerdo feita em dezembro de 2021 por causa do rompimento de um ligamento”, lembrou a atleta, que voltou a treinar com todos os cuidados só em abril.

“Estou muito feliz e acho que a ficha só vai cair quando chegar em casa, em Joinville, abraçar meus pais e falar com meu treinador”, disse, referindo-se a Gerson e Luciane e ao técnico João Carlos dos Santos, contemporâneo de João do Pulo nas competições.



Letícia, de 1,58 m de altura, viveu cenas de cinema no Mundial. Ela conseguiu a última vaga para a final no último salto da qualificação no sábado, quando quebrou o recorde pessoal, com 6,67 (1.5). Na decisão de medalhas, no dia seguinte, ela saltou 6,89 m (1.1) logo na primeira tentativa, assumindo a liderança da competição. “Na hora pensei, fiz o meu melhor e agora tenho de arriscar. Estava ansiosa, queria superar os 7 metros, e queimei as outras cinco tentativas, numa delas com mais de 7 metros”, lembrou a atleta de 24 anos.

Campeã sul-americana de 2021 em Guayaquil, Equador – o que lhe valeu a vaga para o Mundial – e medalha de ouro no Troféu Brasil, disputado em junho, no Rio de Janeiro, Letícia nunca deixou de acreditar no seu potencial – nem mesmo no drama da cirurgia.

“Tinha de partir com tudo, cuidando bem da recuperação, da fisioterapia, depois nos treinos cautelosos, mas sempre com esperança e confiança. Voltei a treinar só em abril e em junho já ganhei o Troféu Brasil”, disse. “Agora é focar na preparação para os principais eventos de 2023, quero ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024 e claro superar os 7 metros.”

Letícia conta ter recebido tantas mensagens que seu celular está travado. “Foram muitas demonstrações de carinho. É uma sensação muito boa. Em Joinville vou falar com o meu treinador. Acho que terei poucos dias de folga, não vou ter moleza não”, comentou, sorrindo, já que deve disputar os Jogos Desportivos Sul-Americanos, em Assunção, no Paraguai, de 12 a 15 de outubro. Ela estava ansiosa para ver a festa que a receberia em sua cidade, onde virou um ídolo instantâneo.

A atleta, que sofreu a lesão no joelho em uma brincadeira com amigos – e não nos treinos ou competição -, começou no atletismo aos 12 anos por insistência da professora Dirce, quando estudava na Escola Municipal Professora Anna Maria Harger, em Joinville. A princípio, relutou, mas nos Joguinhos Abertos de Santa Catarina estava inscrita nos 75 m e nos 250 m, mas pediram que ela disputasse também o salto em distância. Não só competiu como ganhou a medalha de ouro, com 5,59 m, abrindo novas perspectivas e novos horizontes para a atleta, que alcançou também bons resultados nas categorias de base do atletismo.

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