Pressão da Ferj fez CBF vetar jogos do Flamengo em Brasília, diz clube - Gazeta Esportiva
Pressão da Ferj fez CBF vetar jogos do Flamengo em Brasília, diz clube

Pressão da Ferj fez CBF vetar jogos do Flamengo em Brasília, diz clube

Gazeta Esportiva

Por Redação

26/02/2016 às 22:17

São Paulo, SP

O presidente Eduardo Bandeira de Mello pediu empréstimo para quitar salário do departamento de futebol (Foto: Divulgação/CRF)
O presidente rubro-negro Eduardo Bandeira de Mello não poupou críticas à decisão da CBF (Foto: Divulgação/CRF)


 

Com Maracanã e Engenhão impossibilitados de receber jogos devido à Olimpíada do Rio de Janeiro, o Flamengo desejava mandar seus jogos do Campeonato Brasileiro no Mané Garrincha, em Brasília. A negociação para transformar a capital federal na casa rubro-negra estava bem encaminhada, porém nesta sexta-feira houve uma reviravolta. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pressionada pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) vetou a ideia.


"Estava combinado que Brasília seria sede do Flamengo no Brasileiro de 2016. Esse pedido se justifica porque o Rio de Janeiro não está com estádios em condições de receber jogos. Para minha surpresa, hoje (sexta-feira), soube que por pressão da Federação do Rio a CBF vetou. Isso atrapalha todos os nossos planos", afirmou o presidente rubro-negro Eduardo Bandeira de Mello à ESPN Brasil.


O mandatário flamenguista revelou que esteve em Brasília para tratar pessoalmente com as autoridades locais sobre a utilização do Mané Garrincha por parte do clube. "Em Brasília, eu me reuni com as autoridades esportivas, estava tudo certo, mas tive essa notícia desagradável, o que vai nos forçar a agir de outra maneira. O plano era jogar uma quantidade expressiva de jogos em Brasília, não todos. Até porque o Maracanã deve estar disponível em outubro", declarou.


A decisão da CBF surpreendeu Bandeira de Mello que assegurou que a entidade havia sinalizado positivamente com a ideia, mas mudou de posição por pressão da Ferj, que se tornou adversária política do clube.


"Pelo estatuto da Ferj, eles podem fazer tudo. O Flamengo tem direito de obedecer e ficar calado. A CBF pode passar por cima da determinação da Ferj. Tanto pode que já havia sinalizado positivamente pela mudança. Mas, pelo que vi e aconteceu, toda a mudança, a reforma da CBF, é tudo jogo de cena deles. A iniciativa do Flamengo não prejudica ninguém. Quem o Flamengo prejudica? Absolutamente ninguém. Querem nos prejudicar. Não vi nenhuma razão objetiva nisso", finalizou o dirigente rubro-negro.


Veja a nota de repúdio à decisão da CBF divulgada pelo Flamengo:


Diante da impossibilidade de contar com o Maracanã e o Engenhão em 2016, o Clube de Regatas do Flamengo e o Fluminense Football Club solicitaram à CBF ainda em 2015 a liberdade de escolher e definir dois estádios, sendo um considerado sede, outro considerado sede adjunta, em um ou dois estados Brasileiros, para exercer seus mandos de campo. Com a ausência de resposta oficial no ano passado, em janeiro deste ano foi encaminhado um novo ofício à entidade.


Nesta sexta-feira, 26 de fevereiro, foi com absoluta incredulidade e revolta, que o Clube de Regatas do Flamengo recebeu a informação de que seu pleito foi injustificadamente negado. Diante de fato tão lamentável, o Clube de Regatas do Flamengo afirma que:




  • Nenhum argumento plausível justifica tamanha arbitrariedade, visto que não existe neste momento um estádio capaz de comportar a torcida do Flamengo no Estado do Rio de Janeiro.



  • Como já dito, há meses o Flamengo aguarda uma resposta da CBF. Nos causa estranheza esta negativa, já que a entidade havia nos dado aval técnico e jurídico, sinalizando a aceitação do pedido.

  • O Flamengo é forçado a acreditar que esta mudança de postura está ligada à realização da Primeira Liga e ao visível desconforto que o sucesso deste torneio amistoso causa à Federação Estadual do Rio de Janeiro, aliada da CBF, e responsável pela realização do Campeonato Estadual. Basta comparar a qualidade dos jogos e quantidade de público presentes nos respectivas partidas.

  • O Flamengo entende que a CBF deveria estar preocupada em aumentar a média de público em suas competições oficiais. Constranger o clube de maior torcida do Brasil e indiscutível recordista de bilheteria da competição a sediar seus jogos em estádios com capacidade reduzida e com menor estrutura, como os disponíveis no momento no Estado do Rio de Janeiro, é um desserviço ao torcedor, mais uma lamentável depreciação do futebol brasileiro originada em decisões tomadas por aqueles que têm por dever proteger o esporte nacional.

  • Com essa decisão arbitrária, na qual aspectos políticos obscuros se sobrepuseram aos aspectos técnicos, a CBF está atingindo não apenas o Flamengo, mas a totalidade dos clubes, dos torcedores, dos patrocinadores que investem no futebol brasileiro e dos detentores dos direitos de transmissão, que hoje estão reféns de uma entidade sob suspeição.


O Clube de Regatas do Flamengo espera ter a seu lado todos os clubes na luta contra a burocratização que impede o desenvolvimento do futebol brasileiro. E não irá se curvar, tampouco se calar, diante do arbítrio de quem quer que seja.


Clube de Regatas do Flamengo

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