Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, o jogador contou como foi sua chegada ao país norte-americano e como, nos anos em que está por lá, já percebeu a evolução do futebol, principalmente com a chegada de grandes jogadores e os altos investimentos das equipes.
"Eu não sabia como ia ser. Não conhecia a liga, nem o time ainda. Foi um começo difícil, porque eu não sabia como era. Mas rapidamente eu me adaptei à cultura e ao esquema deles", comentou: "Nos últimos anos mudou muito, ainda mais com a chegada de brasileiros e sul-americanos. E isso mudou muito o jeito de jogar aqui. O futebol tem tudo para crescer e virar uma potência", completou.
A adaptação realmente não demorou. Recentemente, o lateral dos Lions foi premiado como o melhor lateral da MLS is Back, torneio que aconteceu para retomar o futebol após a paralisação, devido à pandemia do coronavírus.
Mas outra parte importante da vida nos EUA é a segurança e tranquilidade. Outros atletas que escolheram a aventura no norte do continente também relatam que, principalmente quando o time não vai bem, nota-se que não há uma cobrança tão forte e, por vezes, violenta como no Brasil. Ruan segue a mesma linha de pensamento.
"A vida aqui é muito tranquila. Uma coisa muito diferente é a cobrança da torcida. No Brasil, perde dois, três jogos, já tem ameaça, não pode sair de casa. Aqui não. Você pode sair com a família, viver sua vida normal. As coisas aqui são muito boas, é um país onde as coisas funcionam, tem tudo. Isso também nos motivou a vir para cá. Eu seriamente não penso em voltar. Minha vida é muito boa e minha família tem muita segurança".
Outro lado interessante da MLS é que ela também tem sido destino de grandes craques que brilharam na Europa. Kaká, Beckham, Ibrahimovic, Pirlo, Schweinsteiger e Nani são alguns exemplos. E o lateral brasileiro teve a chance de chegar ao Orlando City na mesma temporada de um de seus ídolos.
"Quando eu cheguei, no meu primeiro ano, eles disseram que iam trazer o Nani. E eu pensei 'caraca, que fera, jogava com ele no vídeo game' (risos). E aí você vê o cara ali do seu lado, e super humilde, um cara muito gente boa. E é um cara que nos ajuda muito por toda a experiência dele, tudo que ele viveu".
Além da diversão de estar ao lado de um grande craque com quem jogava no vídeo game, há também a sensação de enfrentar estes atletas. Com mais de 50 jogos na Major League, Ruan já teve esta oportunidade algumas vezes, e contou sobre dois jogadores que admirava e pôde ver bem de perto.
"Um cara que eu vi que era diferente mesmo, por causa da história, por tudo, foi o Rooney, quando estava no DC. Eu também cheguei a jogar contra o Schweinsteiger. Era brincadeira o que esse cara jogava. É muita qualidade mesmo, muito diferente".
