Gazeta Esportiva

Investigações da Justiça suspeitam de propina em contrato entre Nike e CBF

Além dos nomes de três dirigentes brasileiros, como José Maria Marin, a investigação conduzida pelo FBI também cita o contrato milionário de patrocínio da norte-americana Nike com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, as acusações rondam pedidos de pagamento de propina e suborno em contratos de marketing e direitos televisivos de torneios esportivos.

“Outro esquema investigado está relacionado ao pagamento e recebimento de subornos e propinas ligado ao patrocínio de uma grande empresa norte-americana de material esportivo com a CBF”, diz o relatório do órgão investigativo norte-americano.

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Embora o documento não cite a Nike de forma explícita, a empresa tem vínculo de patrocínio com a Seleção Brasileira desde 1996 – o contrato foi firmado ainda na gestão do ex-presidente Ricardo Teixeira. Vale lembrar que o antigo mandatário não foi indiciado.

Além disso, a investigação também gira em torno da venda de direitos de transmissão da Copa do Brasil. Em outras federações, a mesma acusação vale para a Copa América, Copa Libertadores, Copa Ouro da Concacaf e as eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo. Por fim, também foram citadas as escolhas das sedes para o Mundial de 2010, na África do Sul, 2018, na Rússia, e 2022, no Catar.

O contrato com a fornecedora norte-americana foi firmado ainda na gestão de Ricardo Teixeira – Credito: Gazeta Press

Entenda o caso que abalou o mundo do futebol nesta quarta-feira:

José Maria Marin, vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi preso na Suíça, na manhã desta quarta-feira, ao lado de outros seis dirigentes da Fifa. As detenções são resultado de uma investigação do FBI sobre corrupção na entidade máxima do futebol envolvendo acordos de marketing, venda de direitos de transmissão de eventos e na escolha de sedes da Copa do Mundo.

Além de Marin, foram presos o presidente da Concacaf e vice-presidente da Fifa, Jeffrey Webb; o presidente da Federação da Costa Rica, Eduardo Li; ex-funcionário da Federação da Nicarágua, Julio Rocha; o ex-vice presidente da Conmebol e antigo mandatário da Federação Uruguaia, Eugenio Figueredo; o presidente da Federação Venezuelana de Futebol, Rafael Esquivel; e o ex-dirigente da Federação das Ilhas Cayman Costas Takkas.

De acordo com o New York Times, estes dirigentes estão envolvidos em casos de suborno e corrupção desde 1990 que somam 150 milhões de dólares em território norte-americano. Por isso, o FBI conduziu a investigação, e as autoridades suíças realizaram as prisões em um hotel de Zurique, a pedido do Departamento de Justiça norte-americano, e extraditarão os detidos aos Estados Unidos.

No total, 14 pessoas foram indiciadas no caso. Os outros são Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, e os empresários Aaron Davidson, Alejandro Burzaco, Hugo e Marianko Jinkis e José Margulies. O dirigente de comunicação da Fifa, Walter Gregorio, garantiu, em coletiva nesta manhã, que nem Joseph Blatter, presidente da Fifa, nem Jerome Valcke, secretário-geral da instituição, estão envolvidos no processo. A entidade garantiu ainda que não mudará o cronograma das eleições presidenciais, marcadas para esta sexta-feira.

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