Gazeta Esportiva

Homem das finanças da Fifa assume lugar de Valcke como secretário

Um dia após comunicar o desligamento do francês Jérôme Valcke, diante das denúncias de desvio de verba proveniente da venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, a Fifa anunciou que o alemão Markus Kattner será seu substituto no cargo de secretário-geral. Diretor financeiro da Fifa desde 2003, Kattner respaldou Valcke desde 2007, quando foi eleito secretário-geral adjunto.

De acordo com um porta-voz da entidade, Kattner “vai administrar os assuntos cotidianos como secretário-geral adjunto”. Após Valcke ser acusado de embolsar cerca de R$ 9 milhões a partir da venda de ingressos acima do preço tabelado, e a Fifa pedir que uma investigação fosse aberta para averiguar seu envolvimento, Kattner deve desempenhar a função até as próximas eleições presidenciais.

Nos últimos dias, cerca de dez veículos de imprensa de todo o mundo tiveram acesso a alguns e-mails privados entre Valcke e Benny Alon, dono da JB Marketing, empresa que cuida da comercialização de entradas para mundiais da Fifa desde a década de 1990, e ficou atestado um esquema de benefício próprio a partir do lucro conquistado. O francês de 54 anos já tinha se envolvido em outras polêmicas, criando até animosidade com o governo.

Adjunto de Valcke, Kattner conduzirá assuntos da Fifa até próximas eleições (Foto: Divulgação)

Na época da aprovação da Lei Geral da Copa – que regulamentou os termos para o evento acontecer no Brasil, como preço de ingressos, comercialização de bebidas alcóolicas, direitos de transmissão -, Valcke admitiu que o País merecia um “chute no traseiro” por não acelerar o processo. A declaração causou polêmica e criou uma relação questionável com o governo de Dilma Rousseff.

Em maio, quando o escândalo de corrupção foi deflagrado na Fifa e resultou na prisão de sete dirigentes, além de outros cinco empresários que atuavam no meio esportivo, Valcke foi acusado de transferir 10 milhões de euros (cerca de R$ 44,5 mi na cotação atual) para as contas de Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, no intuito de retribuir a ‘escolha’ da África do Sul como sede do Mundial em 2010.

Braço direito de Blatter e participante na organização das últimas duas Copas, Valcke se defendeu das acusações por meio de seu advogado, Barry Berke, de um escritório em Nova York. “Jérôme nega categoricamente as acusações inventadas e intoleráveis formuladas por Benny Alon sobre a suposta revenda de entradas para o último Mundial”, declarou. A Comissão de Ética da Fifa ficou de iniciar as investigações contra o ex-secretário-geral nos próximos dias.

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