Vadão resgata tática das Olimpíadas para ter sucesso na Seleção feminina - Gazeta Esportiva
Vadão resgata tática das Olimpíadas para ter sucesso na Seleção feminina

Vadão resgata tática das Olimpíadas para ter sucesso na Seleção feminina

Gazeta Esportiva

Por André Garda*

25/04/2018 às 08:00

São Paulo, SP

A Seleção Brasileira de futebol feminino conquistou a Copa América e conquistou vaga na Copa do Mundo de 2019 e nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. A campanha no Chile foi invicta: sete jogos e sete vitória e título antes de entrar em campo na última rodada, já que a Argentina foi goleada antes da última partida da equipe comandada por Vadão. Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, o técnico do time verde e amarelo lembrou que resgatou o esquema tático utilizado no Rio2016 após ter reassumido a Seleção depois da passagem de Emily Lima.

“Não sei se mudou alguma coisa (em relação ao trabalho da Emily). Não vou analisar o trabalho de quem estava. Quando a gente voltou, já estava em cima da hora de um torneio na China e a gente tinha uma maneira de jogar nas Olimpíadas e entendemos que era muito boa para as jogadoras que nós temos”, revelou o treinador de 61 anos.

“A gente tem a Cristiane como grande artilheira, mas tem a Bia é uma atacante extraordinária, então chegamos à conclusão que não podíamos deixar nenhuma das duas no banco e colocamos a Marta mais para berada. Como ela tem o poder do drible, ela ajudou muito e participou de oito, dez gols. A gente voltou a jogar da forma como jogávamos porque é mais simples a retornar a jogar a atuar em um esquema que você conhece. Como fomos bem, entendemos que não tinha razão para mudar a forma de jogar. Nós temos outra forma de jogar com três atacantes em vez de quatro e ter mais uma atleta no meia, mas esse sistema está funcionando, tivemos 31 gols e sofremos dois na Copa América”.

Vadão é bicampeão da Copa América (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)


Vadão também destacou a preparação realizada para a competição sul-americana, que envolveu três meses de trabalho treinando na Granja Comari e um trabalho para saber lidar com o favoritismo que a Seleção tinha na competição. O comandante do Brasil ainda falou sobre a transição da geração com a presença de jogadoras veteranas como Marta, Formiga e Cristiane.

"Nós levamos a Copa América muito a série embora tenhamos um favoritismo nessa competição. Não podemos vacilar porque o favoritismo te leva a um relaxamento inconsciente e acaba te traindo. É uma competição que vale muito porque dá vaga para a Copa e Olimpíadas. Começamos a preparação com a CBF pagando tudo, fazendo um grande investimento. Praticamente 15, 16 atletas ficaram um longo tempo com a gente e chegamos muito bem preparados (para a competição)”, declarou o técnico da seleção canarinha.

“Essa transição é importante porque as meninas mais jovens sofrem influência positiva dessas atletas (mais veteranas). Mostramos isso com a Cristiane porque ela ainda tinha muito para ajudar, conversamos com a Formiga também e não podemos atrasar um ciclo, você precisa ter gente nessa transição, ela (Cristiane) entendeu, (voltou para a Seleção), colaborou. Essa transição tem que contar com as atletas novas para ganhar experiência jogando, liderando, mas tem que ter gente experiente para dar estabilidade nos momentos difíceis”.

Vadão ainda revelou que deverá começar a preparação para a Copa do Mundo de 2019, torneio que o Brasil nunca conquistou, nas próximas semanas e adiantou que dificilmente conseguira ter um período tão grande de treinamento como aconteceu neste ano.

*Especial para a Gazeta Esportiva

Conteúdo Patrocinado