Gazeta Esportiva

Finais da Taça das Favelas serão disputadas no Pacaembu

Depois de mobilizar milhares de favelas e mais de 40 mil jovens moradores destes territórios, em todo o estado, chegou a hora da Taça das Favelas São Paulo definir as primeiras campeãs da sua história. O palco deste grande momento será o Pacaembu, estádio mais tradicional de São Paulo, onde no dia 1º de junho, as seleções femininas do Complexo da Casa Verde e de Paraisópolis, e as masculinas da Favela do 1010 (mil e dez) e do Parque Santo Antônio decidem quem vai ficar com o título de cada categoria da primeira edição paulista do maior campeonato de futebol entre favelas do mundo.

Final feminina acontece primeiro (Foto: Jonathan Paixão/CUFA)

O campeonato organizado pela Central Única das Favelas (CUFA) e produzido pela InFavela registrou, até aqui, uma média de 3,2 gol por partida, na categoria feminina, e 1,7 gol por jogo, na masculina. Na grande final, as meninas decidirão a sua sorte em um jogo com 30 minutos para cada tempo, o campeão do masculino será conhecido após 40 minutos para cada tempo. Em caso de empate, a grande campeã será definida nas penalidades, com três cobranças para cada favela, se persistir a igualdade, os pênaltis continuam de forma alternada.

“A Taça das Favelas São Paulo 2019 foi um absoluto sucesso. Tivemos um grande volume de torcedores nos jogos disputados na Vila Manchester e no Pelezão, partidas muito disputadas e uma enorme mobilização social. As favelas e periferias de São Paulo abraçaram a Taça e a CUFA, e o resultado foi muito positivo. Agora chegou a hora de fazermos a festa no Pacaembu”, comemorou Marcivan Barreto, coordenador comunitário da CUFA-SP.

Os portões do Pacaembu vão estar abertos para a torcida e convidados a partir das 10h30 (de Brasília). A final feminina, onde não há limite de idade, será às 12h. Os meninos, de 14 a 17 anos, decidem o título, às 14h.

Segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis chegou à final do torneio feminino vencendo todas as suas adversárias no tempo normal. Para a treinadora das seleção desta favela, Mônica Melo da Silva, ela e suas jogadoras já são vencedoras.

“Essa final é muito importante para nós que batalhamos há tanto tempo pelo futebol feminino. Só nós sabemos a resistência que já sofremos por sermos mulheres e querermos nos envolver com o futebol. Não é todo mundo que tem a mentalidade da CUFA de dar protagonismo para as mulheres, em diversas áreas. Levando o time para final, ganhamos o tão esperado reconhecimento”, disse Mônica.

O Complexo da Casa Verde, adversário de Paraisópolis na decisão da Taça das Favelas São Paulo, venceu todos os seus jogos até as quartas de final, mas na semifinal, empatou em 0 a 0 com Heliópolis no tempo normal, e venceu por 2 a 1 nos pênaltis.

“Sabemos das dificuldades que é trabalhar com o futebol feminino, e a CUFA veio pra mudar isso. Mobilizou 32 favelas daqui de São Paulo, e fez um grande campeonato de futebol feminino. Nós só temos a agradecer por estarmos entre as duas melhores entre tantas, e podermos fazer esse jogo no Pacaembu”, projetou Luiz Souza, técnico do Complexo da Casa Verde.

(Foto: Paulo Henrique/CUFA)

No masculino, a Favelas do 1010 venceu quase todos os seus confrontos na disputa de pênaltis, com exceção das quartas de final, quando venceu o Complexo Júlia Perracine por 2 a 0, no tempo normal.

“Vencemos a maioria dos jogos nos pênaltis, mas o foco sempre é vencer no tempo normal. Estamos preparados para qualquer tipo de situação e provamos isso ao longo da competição. Vamos com tudo para esse título. Os meninos mal conseguem dormir pensando na possibilidade de jogar nesse templo do futebol que é o Pacaembu”, falou Luiz Marcos Santos, técnico da Favela do 1010.

O adversário do 1010 é o Parque Santo Antônio, que chegou à grande final alternando triunfos no tempo normal e nos pênaltis. O técnico Amarildo Andrade mostrou preocupação com o ótimo retrospecto do adversário na disputa de pênaltis.

“Vamos com tudo para decidir no tempo normal. Temos uma equipe entrosada e acreditamos que podemos ganhar sem precisar ir para os pênaltis, onde a equipe deles está muito bem. Mas claro que estamos treinando para isso também, pois temos que estar preparados para tudo”, disse Amarildo. “Os garotos estão muito eufóricos de poder jogar no Pacaembu. Estamos realizando esse sonho graças ao nosso trabalho e ao da CUFA”, concluiu.

 

 

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