Ex-presidente do Corinthians admite que modelo de negócio do Palmeiras pela arena foi melhor - Gazeta Esportiva
Ex-presidente do Corinthians admite que modelo de negócio do Palmeiras pela arena foi melhor

Ex-presidente do Corinthians admite que modelo de negócio do Palmeiras pela arena foi melhor

Gazeta Esportiva

Por Redação

18/05/2020 às 21:11

São Paulo, SP

Roberto de Andrade foi presidente do Corinthians entre 2015 e 2018 (Foto: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)


A dívida da construção Arena de Itaquera vem sendo um problema para a situação financeira do Corinthians nos últimos anos. Em entrevista à Fox Sports, Roberto de Andrade, ex-presidente do Timão, negou que o estádio tenha sido um erro, mas admitiu que o modelo de negócio acertado pelo Palmeiras para o Allianz Parque foi melhor que o do clube alvinegro.

“Não dá para falar que é um erro porque é um sonho de qualquer clube ter uma arena. Pode ser que o erro...Eu não gosto de falar isso porque não participei da forma que foi desenhada a parte financeira. Eu lembro muito bem que todo mundo criticava a forma que o Palmeiras negociou a arena dele por 30 anos com a WTorre. E o Palmeiras continua com a bilheteria, paga um aluguel para usar o campo, mas a receita do estádio é 100% do clube", declarou o ex-mandatário, que presidiu o Corinthians entre 2015 e 2018.

"E nós fizemos de uma forma diferente. Só que olhando hoje, a gente vê que a forma que o Palmeiras fez foi melhor que a nossa porque a gente não consegue viabilizar. Nós vamos pagar o estádio? Vamos pagar o estádio. Talvez não no mesmo prazo, talvez até igual ao Palmeiras, em 30 anos ou perto disso. Nós fizemos em 15 anos, começamos a pagar em 2015, então faltam dez. Desses dez, estamos aguardando uma conversa com a Caixa para podermos renegociar o valor mensal e fatalmente vamos esticar o prazo. Não sei se para 15, 20…se não for 30, vai ficar muito perto disso. Podemos dizer que existiam maneiras melhores, mas não podemos nos queixar por isso, já foi”, acrescentou. 




O Allianz Parque é administrado pela construtora WTorre, com contrato até 2044. Desse modo, a agenda do estádio é estabelecida pela empresa, fazendo com o que o Palmeiras tenha que disputar algumas partidas fora de sua arena devido a shows e eventos. Por outro lado, o Verdão fica com 100% da bilheteria nas partidas.

Além disso, a WTorre repasse ao clube alviverde parte da arrecadação de eventos, camarotes e cadeiras cativas. O clube também recebe 50% da renda bruta dos jogos disputados como mandante fora do Allianz Parque devido à utilização da arena para outros fins.



Já o modelo de negócio da Arena Corinthians permite que o clube tenha liberdade para organizar a agenda do estádio. Porém, a arrecadação com bilheterias e eventos fica é destinada a um fundo responsável pela quitação do financiamento da Caixa Econômica Federal, com valor de R$ 400 milhões na época.

Atualmente, o Corinthians e a Caixa vivem um impasse na Justiça. No segundo semestre do ano passado, o banco entrou com ação cobrando R$ 536 milhões da Arena Itaquera S/A, empresa sócia do clube e dona do estádio, alegando atrasos nos pagamentos de seis parcelas mensais. Para o clube, a dívida é de R$ 487 milhões.

Na última semana, a Justiça suspendeu a ação por mais dois meses. Enquanto isso, o Timão e a Caixa discutem um acordo amigável de extensão do prazo para pagamento e de flexibilização do valor das parcelas nos meses em que não há partidas na Arena.

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