Estudo aponta incidência de grave doença encefálica em ex-jogadores - Gazeta Esportiva
Estudo aponta incidência de grave doença encefálica em ex-jogadores

Estudo aponta incidência de grave doença encefálica em ex-jogadores

Gazeta Esportiva

Por Redação

15/02/2017 às 16:42 • Atualizado: 15/02/2017 às 16:53

São Paulo, SP

O jornal Acta Neuropathologica publicou uma matéria nesta terça-feira apontando a possibilidade de uma relação entre o futebol com uma grave doença encefálica. Segundo o estudo, os atletas da modalidade podem estar propensos a desenvolver Encefalopatia Traumática Crônica (CTE), por conta de alguns traumas durante as atividades.

"Esta é a primeira vez que CTE foi confirmada em um grupo de ex-jogadores de futebol", afirmou Helen Ling, doutora da University College London. "Todos eles sofreram golpes pequenos na cabeça centenas de vezes", completou.

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Traumas durante treinos e partidas são apontados como principais motivadores de demência em ex-atletas (Foto: Fernando Pilatos/ Gazeta Press)
Traumas constantes durante treinos e partidas são apontados como principais motivadores de demência em ex-atletas (Foto: Fernando Pilatos/ Gazeta Press)


De acordo com as informações da pesquisa, o número de ex-jogadores diagnosticados com o problema dobrou em relação a outros casos oficiais. Enquanto, no passado, haviam apenas quatro atletas diagnosticados com CTE, o número de ex-futebolistas apontados pelo estudo chegou a oito.

A pesquisa realizou avaliações do estilo de vida e da carreira de 14 ex-jogadores que sofreram algum tipo de demência após a aposentadoria. Seis destes exames foram realizados pós-morte - com a devida autorização da família - e 12 destes atletas morreram por conta de algum tipo de demência avançada.

"Essa doença pode aparecer em diferentes pessoas. Só depende dos impactos que são sofridos na cabeça", declarou Ann McKee, diretor do Centro de Encefalopatia Traumática Crônica da Universidade de Boston, apontando, porém, que a prática do esporte não é via de regra para o desenvolvimento da doença.

O estudo publicado nesta semana, apesar de trazer informações impactantes, não é pioneiro no estabelecimento da relação futebol-doenças encefálicas. Em 2016, a Fundação Jeff Astle apresentou um relatório informando que 250 ex-atletas da modalidade sofrem alguma espécie de doença neurodegenerativa.

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