Valcke foi nomeado para o cargo em 2007 e, por isso, participou diretamente das organizações dos Mundiais de 2010 e 2014. Porém, nesta última edição, o cartola adotou postura polêmica, criando até mesmo animosidades com o governo.
A primeira crítica ao Brasil foi no início de 2012, com relação à demora na aprovação da Lei Geral da Copa – documento sancionado pelo país-sede para atestar a concordância com as regras e procedimentos determinados pela Fifa, como valores de ingressos, meia-entrada, venda de bebidas alcoólicas nos estádios, direitos de transmissão, entre outros fatores. À época, Valcke emitiu nota no site oficial da Fifa cobrando celeridade na votação do texto na Câmara dos Deputados.
A declaração mais polêmica do dirigente foi dada em março de 2012, quando disse que o Brasil merecia um “chute no traseiro” pelo não cumprimento dos prazos do cronograma de adequação ao padrão Fifa.
A afirmação não teve boa aceitação por parte dos políticos brasileiros, que se sentiram ofendidos. O então ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou a solicitar formalmente um novo intermediário entre a Fifa e o País para tratar dos assuntos ligados à organização do Mundial. Posteriormente, Valcke disse que foi mal interpretado e pediu desculpas.
Outro episódio marcante ocorreu em abril de 2013, quando o francês reclamou da estrutura política brasileira, dividida em níveis federal, estadual e municipal, que, segundo ele, dificultavam o planejamento da Copa. Naquela ocasião, chegou a afirmar que o excesso de democracia no Brasil era um empecilho.
Há um mês do início do Mundial, Valcke voltou a polemizar, alertando os turistas sobre as condições de estadia e locomoção do País. O dirigente declarou que “Brasil não é Alemanha”, explicitando as diferenças sociais entre as sedes.
Porém, com o andamento do torneio, o secretário-geral fez questão de elogiá-lo e minimizar as rusgas anteriores, classificando-as como “pequenos problemas”. Antes vista com desconfiança, a Copa “superou a expectativa”, segundo as palavras do próprio Valcke.