Ex-meia brasileiro relembra primeiro surto de coronavírus na China
Por Gabriel Ambrós
19/04/2020 às 08:00
São Paulo, SP
Na época, o vírus não chegou ao Brasil, mas impactou brasileiros que viviam na China, entre eles os jogadores que disputavam o campeonato local
Hoje treinador, André Gaspar estava no Qingdao Jonoon em 2003 e relembrou o surto. “Foi no meio do ano. A gente estava em uma parada do campeonato quando surgiu a SARS e aí ficamos 50 dias sem treinar, com o campeonato parado”, contou à Gazeta Esportiva.
“Apareceu do nada. A gente podia até sair do país porque o problema era interno, mas como tínhamos contrato, o clube não autorizou, falando que iria passar rápido. E realmente passou mesmo, foram cerca de 40, 50 dias, aí já voltamos para os treinamentos e o campeonato voltou normal”, relembrou.
Em comparação com a Covid-19, a epidemia de SARS foi mais rápida e afetou menos pessoas. O brasileiro lembra que as medidas de segurança também eram menos rigorosas que as de hoje.
“Basicamente era isso, uso de máscara, higiene com as mãos e evitar aglomerações. Não chegou a decretar uma quarentena, ficar em casa sem poder sair. Eu lembro que a gente podia sair, ir para restaurantes, mas os lugares foram modificados, o espaço de uma pessoa para outra. Mas foi bem rápido, coisa que a gente não está vivendo agora”, relatou.
Formado no Santos, André era meio-campista e acumulou passagens por Portuguesa Santista, Marília e Anyang-COR até chegar no futebol chinês. “Naquela época a China não tinha esse boom como tem hoje, salários milionários, mas era uma coisa muito boa. Eu tinha jogado três anos na Coreia (do Sul) e fui contratado pelo Qingdao. Era uma coisa que ainda estava começando”, lembrou.
O campeonato chinês de 2003 aconteceu entre 15 de março e 30 de novembro, e foi a última edição antes do início da atual Super Liga Chinesa. O Qingdao de André e também do zagueiro brasileiro Lula terminou no 11º lugar.
Após duas temporadas na China, o meia voltou ao Brasil em 2005 e encerrou sua carreira defendendo o Bragantino. Depois, integrou a comissão técnica da equipe de Bragança Paulista, até assumir como treinador em 2014, e passou cinco anos no Daegu-COR. Hoje o brasileiro comanda o Al-Hazm da Arábia Saudita.