Gazeta Esportiva

Amigo de Dudu na base quer seguir no futebol após desistir de ser atleta

Torcedor do São Paulo, Luis esteve do outro lado do muro para visitar o amigo Dudu (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Um observador atento destoava da imprensa que cobriu o treino do Palmeiras na última quinta-feira. Na Academia de Futebol a convite do atacante Dudu, seu amigo de infância, o goiano Luís Gustavo acompanhou cada passo do parceiro dentro de campo e até tirou foto com o treinador. Apesar dos caminhos distintos pelos quais os dois seguiram, Luís sempre teve laços com Dudu, e espera se manter vinculado ao esporte que ama apesar de ter desistido da carreira profissional.

Um ano mais velho que o atacante do Verdão, Luís Gustavo contou, em bate-papo com a Gazeta Esportiva, como era a relação com Dudu ainda nas divisões de base do Atlético-GO, clube pelo qual ambos foram revelados entre 2003 e 2005. Armador de origem, camisa 10 do time, Luís cultivou o bom entendimento que tinha com o parceiro no campo também fora das quatro linhas, mantendo uma amizade com Dudu que ultrapassou as barreiras impostas pelas escolhas de cada um.

“Conheço ele desde criancinha, dente de leite, pré-mirim e mirim. Sou um ano mais velho e, mesmo um ano abaixo, ele já jogava com a gente na categoria de cima. Mesmo jogando com o pessoal mais velho, sempre mostrou seu jogo, foi destaque e não deixou de ser o diferencial do time. Desde pequeno a gente via que era um cara diferenciado mesmo, não se esconde do jogo. É um jogador pra decidir partidas”, comentou.

Além de destacar as qualidades técnicas de Dudu, como o drible em velocidade, Luís exaltou a humildade com a qual o amigo sempre tratou todos a sua volta. “Ele nunca perdeu o contato. Nem comigo nem com o pessoal de Goiânia. O Dudu sempre foi atencioso com todo mundo, não mudou nada. É a humildade de sempre. Quando ele tá lá em Goiânia procura visitar os amigos, vai a qualquer lugar, não perdeu a humildade de jeito nenhum”, contou.

Torcedor do São Paulo, Luis foi ao outro lado do muro para visitar o amigo Dudu (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Diferente do atacante baixinho e mirrado que, desde cedo, “era agressivo com a bola”, Luís Gustavo não conseguiu aproveitar a chance de sair do Atlético-GO. Enquanto Dudu se transferiu ao Cruzeiro e, daí em diante, engrenou no futebol profissional, passando por Coritiba, Dínamo de Kiev e Grêmio, até chegar ao Palmeiras; Luís até se transferiu ao Goiás no sub-15, mas voltou ao Dragão no sub-18 e depois do sub-20, não teve o contrato renovado com o clube.

Mesmo com o sonho se esvaindo, Luís não se ressente de suas escolhas. “Logo de cara eu já vi que ia ser muito difícil. Garotos que se destacaram mais do que eu acabaram indo para clubes do interior e ficando sem receber, às vezes jogando de graça, e eu não queria isso. Meus pais sempre me aconselharam a estudar e eu preferi. Acabei passando no vestibular pra educação física lá na Federal de Goiás, tô procurando agora me envolver mais no mercado do futebol. Minha ideia é entrar na área de preparação física”, explicou o estudante que se forma no final de 2016.

Passados pouco mais de dez anos, o atual camisa 7 do Palmeiras guarda com carinho as lembranças compartilhadas com o amigo. “Foi um tempo bom. Já frequentei muito a casa dele, não tinha condição de pegar ônibus todo dia e ir pro treino, então ficava lá. Sempre levo esse carinho que recebi da família dele. Até hoje, quando vou em Goiânia, jogo uma bola com eles. Acho que é uma amizade muito boa”, disse.

A amizade com Dudu não é o único motivo da visita de Luís Gustavo à capital paulista. Dizendo gostar muito de tática, mas admitindo que “o mercado pra ser treinador seja talvez mais difícil do que pra ser jogador de futebol”, o jovem vai formar parte do público que assistirá ao 1º Congresso Palmeiras de Ciências do Futebol, a ser realizado na Faculdade das Américas (FAM), uma das patrocinadoras do clube, de sexta a domingo.

O encontro, que discutirá variados temas ligados ao mundo da bola, desde estratégias de hidratação no futebol, passando por uso de tecnologias e controle de doping, até preparação física e cargas de treinamento, contará com a presença de grande parte do departamento técnico alviverde, além de especialistas de diferentes ramos e também Clarence Seedorf, ex-jogador que tentou, há alguns anos, carreira de técnico no Milan.

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