"De coração apertado" - Gazeta Esportiva
André Garda e Luca Castilho
05/03/2018 08:00:48
 

Missão cumprida. Depois de cinco anos sem jogar a primeira divisão do Campeonato Paulista, o Guarani garantiu o acesso para a Série A1 e ainda, de quebra, conquistou o título da Série A2 nesta temporada. O feito acontece justamente no ano em que o Bugre volta a enfrentar a Ponte Preta após não encontrar o seu maior rival desde 2013. Fumagalli, ídolo do time do Brinco de Ouro da Princesa, seria o único remanescente do último Dérbi Campineiro, no entanto o meio-campista pendurou as chuteiras após a equipe verde e branca retornar para a elite do futebol estadual.

Agora como coordenador técnico, o ex-camisa 10 terá que ver esse reencontro das arquibancadas. “É estranho (não jogar, risos). Vivi essa experiência no último final de semana contra o Sampaio Corrêa aqui no Brinco e o coração ficou um pouco apertado. E agora acredito que vai ser ainda mais, porque é um jogo diferente, gostoso, de casa cheia, com uma rivalidade gigante. Então eu acho que vai dar um aperto no coração, uma vontade de entrar, mas infelizmente vou ficar na torcida, ficar apoiando os jogadores para que o Guarani possa vencer”, afirmou Fumagalli em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva antes de comentar o título do Campeonato Paulista Série A2.

“(O título nos) fortalece como equipe, como grupo. Acho que a equipe criou uma espinha dorsal forte e agora, com a chegada de reforços, a tendência é que a equipe se fortaleça e que volte a fazer uma grande Série B”.

Com uma extensa passagem pelo Bugre, o ex-jogador de 40 anos viveu grandes momentos pela equipe de Campinas como o ‘Dérbi do Século’ em 2012, quando Ponte e Guarani se enfrentaram na semifinal do Campeonato Paulista e clube do Brinco de Ouro levou a melhor ao vencer, de virada, por 3 a 1.

“Foi um jogo muito especial. Semifinal de Campeonato Paulista, Brinco de Ouro lotado, virou um jogo dificílimo. Eu tinha uma lesão grave naquele jogo, joguei todo o jogo no sacrifício, acabei tendo uma lesão grave. O Medina acabou me substituindo e fazendo dois gols, e entrou para a história do dérbi, desse clássico tão importante. Um jogo tão importante como aquele, que colocou a gente na final. Então para mim, apesar de ter me machucado, foi inesquecível, marcou minha história aqui”, comentou o agora executivo, que diz ter “orgulho” da sua história no clube e ser “privilegiado” por ser ídolo bugrino.

Fumagalli também participou do último Dérbi Campineiro, sendo que marcou o único gol bugrino naquele 3 a 1 para a Macaca em 2013. Além de ter sido a última vez que Ponte e Guarani se enfrentaram, aquele jogo marcou a primeira derrota do camisa 10 no clássico de Campinas. “Eu fiz gol inclusive nesse jogo. Eu tinha jogado alguns dérbis e nunca tinha perdido. Lembro que a gente fez um grande jogo, principalmente no primeiro tempo, consegui fazer o gol, mas a Ponte acabou fazendo um gol. Mas o que eu lembro é isso, a gente tinha feito um primeiro tempo melhor que a Ponte Preta, mas não foi o suficiente para vencer”.

Para o reencontro, que será no dia 5 de maio, no Brinco de Ouro da Princesa, o ídolo bugrino revela que a cidade já está ansiosa e deseja que o dérbi não seja marcado pela violência como já aconteceu.

“A torcida está ansiosa, cinco anos praticamente sem dérbi, a cidade já está em alvoroço. A torcida, desde a reta final da A2, vem aguardando ansiosamente esse jogo. Então é um jogo diferente, que mexe com os jogadores, com a diretoria, com a torcida, enfim que mexe com a cidade de Campinas. Espero que possa ser um jogo de paz também, que possa ser um grande jogo dentro de campo, que os jogadores possam brigar pela bola, pela vitória, que possa ficar ali, só dentro do futebol, dentro do esporte. Nada de briga fora do campo. Que realmente possa ser um clássico bonito, um jogo bonito e que o Guarani vença”.



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