Campeões do Paulista 1996 seguem na ativa pelo time de masters - Gazeta Esportiva
Bruno Ceccon*
São Paulo, SP
06/02/2016 09:00:32
 

O Palmeiras conquistou o título paulista de 1996 ao vencer o Santos por 2 a 0, no dia 2 de junho. Vinte anos depois, com suas carreiras profissionais já encerradas, alguns dos protagonistas do feito se encontram ocasionalmente para atuar pelo time de masters, como mostra a quarta da série de reportagens publicada pela Gazeta Esportiva na semana em que o título faz aniversário.

No final de maio, Flávio Conceição, Amaral, Velloso e Muller, companheiros no histórico título paulista de 1996, participaram de uma exibição do time de masters. O jogo, realizado em Indaiatuba, também contou com a presença de Ademir da Guia, maior ídolo da história do clube.

O ex-goleiro Velloso publicou uma foto do time posado por meio de seu perfil no Instagram e, 20 anos depois, fez os torcedores lembrarem de 1996. Enquanto alguns festejaram os veteranos, outros hostilizaram Muller. “Tira esse Muller. Não é palmeirense”, reclamou um dos internautas.

Um dos protagonistas do título paulista de 1996, Muller não participou da decisão da Copa do Brasil, já que seu empréstimo terminou antes das finais e ele acertou o retorno ao São Paulo. Sem o atacante, o Palmeiras perdeu o título nacional para o Cruzeiro dentro de casa.

No jogo decisivo da Copa do Brasil 1996, o Palmeiras saiu na frente por meio de Luizão, mas acabou tomando a virada após falhas graves de Amaral e Velloso, aproveitadas por Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos. Vinte anos depois, é Muller quem convive com o rótulo de vilão.

Flávio Conceição, Velloso, Amaral e Muller, campeões de 1996, pelo time de masters (Foto: Reprodução/Instagram)
Flávio Conceição, Velloso, Amaral e Muller, campeões de 1996, pelo time de masters (Foto: Reprodução/Instagram)

O ex-atacante responsabiliza a Parmalat pela ausência nas finais da Copa do Brasil e garante que se ofereceu até para enfrentar o Cruzeiro sem contrato, protegido por um seguro. Aos 50 anos de idade, Muller aproveitou para recordar os episódios vividos com a camisa do Palmeiras.

“Rever os amigos é sempre legal, porque a gente coloca a resenha em dia e lembra as histórias que passamos no clube em 1995 e 1996. Participar desse tipo de partida é uma terapia para qualquer ex-jogador. Você encontra os companheiros, faz o que gosta e volta para a casa rejuvenescido”, contou.

Os ex-jogadores do Palmeiras costumam enfrentar rivais locais no interior do estado de São Paulo, região com grande número de palestrinos. Durante as partidas amistosas, os torcedores podem ver atletas de diferentes gerações reunidos – há um jogo marcado para 19 de junho, em São Bernardo do Campo.

Aos 74 anos, Ademir da Guia, ganhador de 11 títulos de 1961 a 1977, é uma exigência dos contratantes do time de masters. Edu Bala, 67 anos, vencedor de seis torneios de 1969 a 1978, também costuma participar. Em Indaiatuba, ex-jogadores como Alexandre Rosa, Nilson, Flávio e Índio marcaram presença, além dos campeões de 1996.

“A gente sempre coloca alguns mais novos para equilibrar o time e evitar uma faixa etária muito alta”, explicou Valter Camello, organizador do time de veteranos, com passagem pelas categorias de base do Palmeiras. “A receptividade da torcida é fantástica. Você vê netos, pais e avós juntos e revive os bons momentos”, disse.

Em 2014, ano do centenário de fundação, o Palmeiras abraçou o time de veteranos, que ganhou novo material esportivo e teve suas atividades divulgadas no site oficial. Desde então, de acordo com Camello, o clube se afastou. “Nosso presidente deveria dar mais atenção aos masters”, pediu o organizador.

*Colaborou José Victor Ligero



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