Guia F1 2019: o que mudou - Gazeta Esportiva
Fernanda Lucki Zalcman
São Paulo, SP
03/15/2019 08:00:31
 

Como já é tradição, a Fórmula 1 dá largada à nova temporada trazendo consigo algumas novidades. Mais uma vez, os pneus sofrerão algumas alterações. Mas, a principal mudança foi na parte aerodinâmica dos carros, além do retorno de uma pitada especial nas corridas.

O novo regulamento, aprovado ainda no ano passado para entrar em vigor em 2019, tinha como principal objetivo facilitar e consequentemente aumentar o número de ultrapassagens, tornando as corridas mais emocionantes e dinâmicas.

Isso porque a ideia da FIA e da Liberty Media é de diminuir a diferença entre as equipes, que cresceu exponencialmente nos últimos anos. Desde que a tecnologia das unidades motrizes (os motores) foi introduzida na F1 em 2014, apenas três equipes subiram ao lugar mais alto do pódio.

Ao longo desses cinco anos, foram disputados exatos 100 GPs. A Mercedes foi hegemônica e venceu 74 destas corridas. Muito atrás, vem a Ferrari em segundo, com 14 vitórias, duas a mais que a terceira colocada, Red Bull.

Confira o grid completo de 2019

Ponto bônus

A grande novidade para 2019 foi confirmada na semana do primeiro Grande Prêmio. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo), a Fórmula 1 e as equipes aprovaram a ideia de dar um ponto ao piloto que fizer a volta mais rápida da corrida.

O objetivo é fazer com que a disputa siga acirrada até o fim das provas, quando muitos pilotos acabam diminuindo o ritmo para poupar o carro.

Contudo, para receber o bônus, o piloto precisará terminar a corrida entre os dez primeiros colocados, assim como já acontece na F2 e F3, as categorias da base da F1. Além disso, a equipe pela qual o piloto compete também ganhará um ponto.

Dessa forma, o campeonato passa a ter uma quantidade extra de 21 pontos ao longo da temporada.

A regra existiu entre 1950 e 1959 na F1 e faz mais diferença do que pode parecer. No ano passado, se ela tivesse sido usada, Valtteri Bottas teria ganho sete pontos extras, passando Max Verstappen e Kimi Raikkonen no campeonato mundial, terminando a temporada no terceiro lugar.

Mais ultrapassagens

objetivo da F1 é aumentar as ultrapassagens em 2019 (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Para que as corridas tivessem mais ultrapassagens, a primeira medida foi mexer nos aerofólios dianteiros e traseiros, tornando-os mais simples. Para tanto, os chamados apêndices, aquelas superfícies em cima e dos lados do aerofólio dianteiro, foram proibidos.

A função destes apêndices era criar uma espécie de mini redemoinhos, com o ar saindo de forma espiralada. O objetivo desses “vórtices” era impedir que os fluxos de ar laterais entrassem debaixo do assoalho, gerando pressão aerodinâmica, ou a chamada downforce.

Dessa forma, os “vórtices” que saíam do carro da frente faziam com que o aerofólio dianteiro do carro de trás gerasse bem menos pressão aerodinâmica. Assim, com a proibição dos apêndices aerodinâmicos e consequentemente menos vórtices, a downforce será menor em 2019.

A ideia é, portanto, que haja uma diminuição da perda de pressão aerodinâmica, de maneira que o carro que estiver atrás consiga chegar no da frente para tentar a ultrapassagem, o que vinha sendo pontuado como dificuldade no ano passado.

DRS maior

Seguindo na busca por tornar as ultrapassagens menos difíceis, o aerofólio traseiro também foi totalmente remodelado. Além de ele ser maior este ano, o DRS, ou flap móvel, terá um efeito aproximadamente 30% maior que no ano passado.

Assim, esse aspecto aliado ao primeiro apresentado acima, fará com o que carro de trás que estiver a um segundo ou menos do da frente tenha uma performance ainda melhor na tentativa de ultrapassar o adversário.

Por causa desta maior eficiência do DRS, o ex-diretor de provas, Charlie Whiting, falecido nesta semana em virtude de um problema pulmonar, chegou a citar a intenção da categoria de introduzir mais zonas de uso, mesmo em retas menores.

Pneus

Sistema de pneus foi simplificado para esta temporada (Foto: Fernando Dantas/ Gazeta Press)

A pedido da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), a Pirelli simplificou as nomenclaturas dos pneus utilizados a cada GP visando um melhor entendimento dos fãs.

Assim, a fornecedora oficial da categoria optou por abandonar o esquema de identificação “arco-íris”, utilizado no ano passado, e contará com apenas três cores para diferenciar seus compostos: branco para pneu duro, amarelo para médio e vermelho para macio.

A marca italiana também irá adotar as cores verde e azul para os pneus intermediários e de chuva, respectivamente. No total, o número de compostos permanece o mesmo em relação a 2018: sete.

A diferença é que, em 2019, a cada GP os três tipos selecionados serão classificados dentro dos três graus de durabilidade, e as bandas laterais serão pintadas com a numeração de 1 a 5, indo do mais duro (C1) ao mais macio (C5).

“Então, vamos homologar cinco compostos. Haverá um, dois, três, quatro, cinco, e nós lhe damos a informação antecipadamente. Então você sabe que para esta corrida o duro é o número dois, o médio é três e o macio é quatro”, exemplificou Mario Isola, chefe da fábrica italiana na Fórmula 1.

Confira os carros da temporada da F1



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