Walter Casagrande Júnior marcou seu nome da história do Corinthians com gols, títulos, polêmicas e envolvimento na Democracia Corinthiana, além da parceria com Sócrates, um dos maiores ídolos do clube alvinegro, que se transformou até em livro.
Mesmo assim, o boato de que seu time de infância sempre fora o São Paulo nunca morreu. Vez ou outra, sempre que o assunto vem a tona, alguém garante que Casão era tricolor enquanto apenas torcedor.
No oitavo capítulo da entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, o ex-atacante coloca um ponto final nessa história.
“Nunca na vida eu fui são-paulino. Eu nasci em família corintiana. Primeiro jogo de futebol que meu pai me levou foi depois da Copa do Mundo de 70 no Parque São Jorge, Me levou para ver o Rivellino e o Ado. Só o Ado jogou e o Corinthians empatou por 1 a 1 com a Ponte Preta”, conta.
O volume da voz mais baixo do que o normal escancara o incômodo de Casagrande com o tema.
“Foi o Milton Neves. Quando fui para o São Paulo ele falou isso aí. Mas, até hoje, quando vou comentar e é algo que faz sentido, eu falo que sou corintiano, porque é verdade”, diz o comentarista da Rede Globo.
“Eu alcancei um patamar como comentarista que isso interfere muito pouco. Sou muito bem recebido em todos os lugares, ninguém me joga na cara mais isso”.
Casagrande defendeu o São Paulo em 1984, quando formou parceria com Careca. A passagem pelo Morumbi não foi nada mal para o então atacante corintiano, mas, já em 85 seu retorno ao Timão estava consumado.
Um evento que também marcou a ligação de Casagrande com o Corinthians ocorreu em 1993. No Pacaembu lotado, o ex-companheiro de Sócrates vestia a camisa 9 do Flamengo e viu a Fiel lhe desmontar emocionalmente.
“Doutor, eu não me engano, Casagrande é corintiano”, cantaram os torcedores alvinegros. No fim, por ironia do destino, o Corinthians venceu por 1 a 0 graças a gol em que a bola desvia em Casão antes de ir às redes.