Geração VAR - Gazeta Esportiva
Tiago Salazar
São Paulo - SP
05/02/2019 04:00:21
 

Vídeo Assistant Referee. Essa talvez seja a maior novidade do futebol em todo mundo nas últimas décadas. Conhecido popularmente pela sigla inglesa VAR, que significa nada mais do que Árbitro Assistente de Vídeo, o auxílio tecnológico parece ter chego para ficar, um caminho sem volta.

No Brasil, a aceitação ainda é bastante discutida, principalmente pela maneira como a ferramenta tem sido praticada. O polêmico tema faz parte do sétimo episódio da entrevista exclusiva concedida por Casagrande à Gazeta Esportiva.

“Bicho, primeiro eu fui contra o VAR. Depois, eu fui olhando, olhando, e acho que o VAR tem algumas coisas boas. Agora, o tempo que demora para resolver é brincadeira”, reclama Casão.

Casagrandre com as roupas do goleiro Leão, quando ambos defendiam o Corinthians (Foto: Gazeta Press)

Relaxado na cadeira, à vontade enquanto observa as fotos de sua carreira, o hoje comentarista tenta colocar sua experiência como futebolista profissional para justificar sua posição.

“Corinthians e São Paulo, o primeiro jogo (da final do Paulista). Cinco minutos (parado) no final do jogo? É final de campeonato! Murchou todo mundo. Acabou o jogo e parecia que tinha sido um jogo de churrasco no final de semana”.

Cutucado a aprofundar sua opinião, Casagrande conta o por que de ter evitado maiores críticas ao VAR. E a motivação está longe de uma revisão dos conceitos. Famoso pela firmeza nas palavras, o ex-atacante acredita que esteja se desgastando quanto ao assunto.

“Não adianta. Eu mudei de ideia. Eu sou de outra geração. Não vou conseguir aceitar tudo que o VAR está fazendo no futebol, não vou conseguir. Não adianta. Eu não consigo enxergar isso de uma forma boa, de forma nenhuma”, diz, conformado.

“Eu acho que em uma expulsão errada o VAR é legal, em um impedimento o VAR é legal, em um gol que o cara puxou a camisa mesmo ou levou uma vantagem desonesta o VAR é bom. Mas, pô, o VAR toda hora, toda hora?”.

Walter Casagrande Júnior apareceu para o futebol profissional com 18 anos, no primeiro ano da década de 1980 e chegou a ser convocado para a Copa do Mundo de 1986. Pouco mais de 15 dias depois da comemoração de seu 56º aniversário, o paulistano, de mente aberta, dessa vez admite uma postura mais tradicionalista.

“Eu não vou conseguir me adaptar a isso, só que eu estou virando um chato, então, eu parei. Não critico mais o VAR. Só critico o tempo que ele demora para decidir as coisas”.



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