Pistola com a CBF - Gazeta Esportiva
Helder Júnior e Marcelo Baseggio
São Paulo (SP)
07/05/2018 23:00:13
 

Luiz Alfredo franze as sobrancelhas, irritado, tanto quanto o Canarinho Pistola quando fala sobre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A entidade criou um case de marketing de sucesso quando remodelou a mascote da Seleção Brasileira, que não existiria se não fosse o pai do locutor com passagens por TV Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, SporTV e RedeTV!.

Foi o também narrador esportivo Geraldo José de Almeida, que dá nome ao Ginásio do Ibirapuera, quem apelidou a Seleção de “canarinha” quando a viu em campo de amarelo pelas primeiras vezes, na Copa do Mundo de 1954. A cor, escolhida por meio de um concurso promovido pela antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e pelo jornal carioca Correio da Manhã, veio para aposentar o branco do fracasso no Mundial de quatro anos antes, em casa.

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Cinco títulos de Copa do Mundo mais tarde, a Seleção Brasileira se consagrou como canarinha. A origem do termo inventado por Geraldo José de Almeida, ao contrário, caiu no esquecimento. “Só lamento que a CBF faça uso comercial disso, que não tenha procurado os filhos. A gente teve até vontade de acionar um advogado, mas deixa para lá. Chegamos a definir que doaríamos uma possível verba para uma escola, qualquer coisa assim”, contou Luiz Alfredo, em conversa por telefone com a Gazeta Esportiva.

Luiz Alfredo é filho do também locutor Geraldo José de Almeida, o primeiro a chamar a Seleção de “canarinha” (foto: reprodução)

Afastado da televisão, o filho de Geraldo José de Almeida já não está mais tão pistola. Conformou-se que, mesmo com o sucesso do Canarinho carrancudo da CBF (um perfil no Twitter dedicado à mascote já atraiu quase 60.000 seguidores), a origem da personagem será lembrada somente em reportagens como esta. “O domínio deles foi tão voraz, que nem deu tempo de fazer nada. Não só a CBF, as pessoas em geral deveriam reconhecer mais o meu pai. A CBF não fará nada. Se possível, passará a mão na grana que ganhar. Desse mato, não sai cachorro”, resignou-se Luiz Alfredo.

Seja como for, o locutor tenta se satisfazer com o voo alçado pela criação do pai. Mesmo sem os devidos créditos. “É reconfortante usarem o nome ‘canarinho’. Vejo pelo lado positivo, como algo afetuoso para nós. O termo ficou consagrado mundialmente, usado por jornais internacionais. Isso é legal”, celebrou, enfim.

O Canarinho Pistola ficará ainda mais em evidência se a Seleção Brasileira for campeã mundial na Rússia. Nesse ponto, Luiz Alfredo está do lado da CBF. “Torço violentamente pelo Brasil. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Apesar do Temer, estou torcendo ferozmente”, avisou, confiante. “Acho que a Seleção será campeã. Tem um time bom, concentrado, e está muito bem preparada. O Neymar, mesmo sendo muito mimado pela família, já está percebendo que simular faltas é uma bobagem. Só assim ele vai mudar. Às vezes, quando a gente critica, o cara fica com mais vontade de fazer”, analisou, citando o principal atleta canarinho.

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