Oswaldo vê dias de luto, mas avisa: "O campeonato tem que acabar" - Gazeta Esportiva
Oswaldo vê dias de luto, mas avisa: "O campeonato tem que acabar"

Oswaldo vê dias de luto, mas avisa: "O campeonato tem que acabar"

Gazeta Esportiva

Por Tomás Rosolino

02/12/2016 às 19:14

São Paulo, SP

Oswaldo acha que a rodada final deve ser disputada pelos clubes, menos por Chape e Galo (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Oswaldo acha que a rodada final deve ser disputada pelos clubes, menos por Chape e Galo (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


O técnico Oswaldo de Oliveira foi mais um a se solidarizar com a tragédia que acometeu a Chapecoense no começo da semana, com a morte de 55 pessoas ligadas ao clube no avião que caiu nos arredores de Medellín, terça-feira, mas descartou a possibilidade se encerrar o Campeonato Brasileiro sem a disputa da última rodada da competição, marcada para o dia 11 de dezembro, domingo.

"Toda e qualquer conjugação neste momento é muito difícil. Falamos aqui de um fato muito grande, com proporções inimagináveis. O luto tem que ser respeitado, com certeza, isso é irrevogável, mas o campeonato tem que acabar, precisa acabar", analisou o técnico do Corinthians, que tem no duelo contra o Cruzeiro, às 17h (de Brasília), no Mineirão, a possibilidade de assegurar uma vaga na Copa Libertadores da América do ano que vem.

Para explicar o seu pensamento, o comandante corintiano passou a fazer algumas comparações com outras tragédias da história da humanidade. O exemplo escolhido para o caso da Chape remeteu à Segunda Guerra Mundial, quando Aliados, liderados por França e Inglaterra, e o Eixo, liderado pela Alemanha, travaram uma disputa por seis anos na busca por uma hegemonia política.



"Uma vez li um livro que contava a história da Segunda Guerra Mundial e os ataques frequentes dos alemães à cidade de Londres. A cidade acabou se habituando com aquela situação. Todo mundo estava trabalhando, camelôs vendendo comidas, e, quando os ataques aconteciam, todo mundo corria para os bunkers, para o subsolo. Quando acabava, todo mundo voltava à rotina", analisou, reconhecendo como válidos os pedidos de atletas para que não se jogue a última rodada.

"O que aconteceu com nós é de uma dimensão muito grande, difícil de administrar. Na medida que o tempo vai passando, vamos tendo vários tipos de informação e opinião. Respeito muito o que o pessoal do Internacional está dizendo e também acho que o Atlético-MG tem razão de não jogar contra a Chapecoense. No momento deste jogo tem que se prestar uma homenagem. Mas o campeonato tem que acabar, tem muita coisa para acontecer em uma rodada", comentou.

Para Oswaldo, algo que poderia ser feito para não atrapalhar tanto o planejamento dos clubes, que deveriam entrar em férias na segunda-feira, seria antecipar a última rodada para quarta-feira, jogando a decisão da Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético-MG, para o final de semana. A princípio, porém, não há possibilidades de que isso aconteça.

"Não sei se seria interessante uma troca, talvez jogar a rodada na quarta-feira e a Copa do Brasil no domingo, já que assim alterna o planejamento de todo mundo e as férias legais de todos os jogadores. Isso precisa ser muito bem pensado, temos de levar em consideração os dois lados, o da perda descomunal de tantas pessoas queridas e boas, com as quais tínhamos ligações, e o lado da missão que temos que cumprir, de terminar o campeonato", concluiu o comandante.

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