Revolta nas redes sociais chinesas com as imagens de torcedores sem máscara na Copa do Mundo
Por AFP
23/11/2022 às 11:52
São Paulo, SP
"Alguns assistem pessoalmente aos jogos da Copa do Mundo e sem máscaras, enquanto outros ficam confinados em suas casas, no mesmo local há dois meses, sem poder sair de casa", escreveu um morador de Guangdong na rede social Weibo, o equivalente chinês do Twitter.
"Quem me roubou a vida? Não direi", acrescentou, em meio às reclamações sobre a política do governo chinês de limitar a propagação de casos de covid-19.
A China, onde a covid-19 foi detectada no final de 2019, é a última grande economia do mundo que continua tentando conter a propagação do coronavírus confinando cidades ou bairros inteiros e obrigando milhões de pessoas a fazer testes.
Mesmo assim, o número diário de casos chegou a 29.157 nesta quarta-feira, baixo em comparação com outros países, mas próximo ao recorde nacional registrado em abril.
De acordo com analistas do Instituto Nomura, mais de um 25% da população da China foi colocada sob algum tipo de confinamento na terça-feira, em contraste com as multidões na Copa do Mundo.
"A Copa do Mundo permite que a maioria dos chineses veja a realidade no exterior, se preocupe com a economia de sua pátria e com sua própria juventude", escreveu outro usuário do Weibo da província de Shaanxi.
Uma carta aberta questionando se a China está "no mesmo planeta" que o Catar foi postada no aplicativo de mensagens WeChat na terça-feira, mas foi censurada e removida da plataforma.
As partidas da Copa do Mundo são exibidas na China pela rede estatal CCTV, a mesma que bombardeia os chineses com informações negativas sobre o caos e as inúmeras mortes causadas pela covid-19 nos Estados Unidos.