Velório na Arena Condá é marcado por chuva e muita emoção - Gazeta Esportiva
Velório na Arena Condá é marcado por chuva e muita emoção

Velório na Arena Condá é marcado por chuva e muita emoção

Gazeta Esportiva

Por Redação

03/12/2016 às 12:52 • Atualizado: 15/12/2016 às 13:06

São Paulo, SP

Corpos estão sendo colocados no campo do estádio da Chape - Foto: AFP/Nelson Almeida
Corpos estão sendo colocados no campo do estádio da Chape (Foto: AFP/Nelson Almeida)


Marcada por muito emoção e forte chuva em Chapecó, o velório dos atletas e comissão técnica da Chapecoense na Arena Condá ficará para a história com a vola dos heróis para casa. Com a presença de diversas personalidades do esporte, música ao vivo da orquestra filarmônica da cidade e lágrimas de todos espectadores, parentes e torcida puderam se despedir de seus ídolos.

Pela manhã, um cortejo cortejo de caminhões abertos levou os caixões com os corpos das vítimas do trágico acidente de avião do aeroporto de Chapecó até a Arena Condá. As Forças Armadas, responsáveis pelo transporte aéreo desde a Colômbia e, na sequência, pelo cortejo em caminhões, foi encarregada de levar os caixões.

Aberta ao público às 7h (de Brasília) deste sábado, a Arena Condá foi tomada pela população, e a estimativa aponta para quase 19 mil pessoas presentes no estádio para acompanhar o velório. No momento em que os caixões começavam a chegar nas carretas, a maior torcida do Brasil entoava cantos como: "Sou Chapecoense, com muito orgulho, com muito amor", e "O campeão voltou".

Um a um, as urnas foram sendo trazidas para dentro do gramado, onde eram abrigadas embaixo de uma tenda para fugir da chuva e dar início a cerimônia de velório coletivo. Quando a transição teve início, a orquestra começou a tocar e os gritos deram vez a um silêncio completo nas arquibancadas da Arena. Parentes de Thiaguinho chegaram a atravessar o gramado debaixo de chuva para entregar uma das rosas ao lado do caixão do atacante a algumas pessoas na arquibancada. O pai do jogador, segurando uma foto da vítima, foi muito aplaudido pelos presentes.




A chuva só sessou em Chapecó quando crianças e jogadores das categorias de base da Chapecoense, sob muitos aplausos, entraram no gramado segurando bandeiras do Brasil, Colômbia, Santa Catarina e Chapecó. Símbolo de esperança do Verdão do Oeste, o pequeno Carlos Miguel Garcial, o Índiozinho Condá, também entrou no gramado ao lado de seus pais.

A série de discursos teve início com o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, que vestia uma camisa do Atlético Nacional-COL como forma de agradecimento co clube colombiano pela solidariedade. Ao citar o nome de cada uma das vítimas, um balão branco foi solto no estádio. Em seguida, Luiz Antonio Palaoro seguiu com o discurso.

Os dirigentes também enviaram placas de agradecimento ao Atlético Nacional, recebidas pelo embaixador da Colômbia, Alejandro Borda, que irá entregar as honrarias aos jogadores, dirigentes e técnico do time, Reinaldo Rueda.

Logo após, funcionários da Chapecoense entregaram camisas, bandeiras e flores aos parentes das vítimas em um momento de profunda consternação na Arena Condá. O presidente da República, Michel Temer, os mandatários da CBF, Marco Polo Del Nero, e da Fifa, Gianni Infatino acompanharam atentos, mas sem contato com as famílias, aos acontecimentos. O suíço também discursou no gramado. Os ex-atletas Carles Puyol e Clarence Seedorf também foram a Chapecó para acompanhar a cerimônia fúnebre, além do volante brasileiro Lucas Silva, enviado como representando do Real Madrid.

Outra figura marcante na Arena, o técnico da Seleção Brasileira, Tite, tentou confortar familiares e prestou suas condolências. Antes, o treinador já havia falado em amenizar o sofrimento dos familiares. Após o discurso dos dirigentes, o bispo da arquidiocese de Chapecó, Odenir José Magri leu uma carta enviada pelo Papa Francisco.




"Consternado pela trágica notícia do acidente aéreno na Colômbia, que causou numerosas vítimas do Brasil, o Papa Francisco pede que seja transmitida suas condolências e sua participação na dor de todos os enlutados. Ao mesmo tempo que encomenda Deus, pai da misericórdia, o Santo Padre pede ao céu conforto e restabelecimento pelos sobreviventes, coragem e a consolação da esperança cristã a todos os atingidos pela tragédia. E envia a todos que estão em sofrimento uma propiciadora bênção apostólica", dizia a mensagem.

Militares brasileiros e colombianos também prestaram homenagens às vítimas, sendo que alguns dos oficiais também não conseguiram segurar a emoção e foram tomados pelas lágrimas.Após as manifestações dos presentes, Neymar, Juninho Pernambucano e Léo também mandaram mensagens por vídeo. O craque do Barcelona, inclusive, estava em campo para o clássico contra o Real Madrid, que teve homenagens às vítimas.

Em um dos momentos mais tocantes na cerimônia, os parentes de todos os jogadores andaram pelo gramado segurando fotos das vítimas. Muito emocionada, a mulher do goleiro Danilo levou a imagem do marido até o gol da Chapecoense. Com o final do velório, os caixões foram retirados de campo pelos militares e serão enterrados em diversas partes do Brasil

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Ainda durante a cerimônia, um jornalista argentino passou mal e precisou receber atendimento médico na Arena Condá. Ao mesmo tempo em que ocorria a cerimônia na Arena Condá, cinco jornalistas da RBS foram velados em Florianópolis e três da TV Globo em General Severiano, sede do Botafogo.

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