Gazeta Esportiva

Senado é unânime ao aprovar quebra de sigilo bancário de Del Nero

Em sessão matutina da CPI do futebol nesta quinta, o Senado aprovou, de maneira unânime, a quebra do sigilo bancário nas contas de Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF. O requerimento, proposto pelo senador Romário (PSB-RJ), foi prontamente atendido e se estende também ao empresário Wagner Abrahão, parceiro da entidade.

Além da quebra do sigilo bancário de ambos, a reunião desta quinta-feira também legitimou o pedido de acesso a todos os contratos da CBF. A intenção investigativa ganhou força depois dos depoimentos de alguns jornalistas à CPI do futebol, na última quinta. As interceptações, que devem ser coordenadas pela Justiça, corresponderão ao período entre maio de 2007 e maio de 2015.

A ligação entre Del Nero e Wagner Abrahão é facilmente explicável. Em fevereiro deste ano, segundo apontou reportagem da Folha de S.Paulo, o então vice-presidente da CBF – já que Del Nero assumiu o cargo de Marin apenas em abril – comprou uma cobertura na Barra da Tijuca, bairro onde a sede a entidade está localizada, no valor de R$ 5,2 mi.

Ameaçado pela quebra de sigilo, Del Nero ainda pode ir ao STF para recorrer da decisão (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Além de se envolver nas negociações imobiliárias com Del Nero, Abrahão é um dos principais investidores do Grupo Águia, empresa de turismo terceirizada que se responsabiliza por todas as viagens da Seleção e dos clubes das Séries B e C do futebol brasileiro. Em pronunciamentos recentes, Romário já havia manifestado o fato de Abrahão estar envolvido em esquemas ilícitos.

Apesar da aprovação da medida cautelar nesta quinta, Marco Polo Del Nero e Wagner Abrahão ainda podem recorrer a outras instâncias, no caso o Supremo Tribunal Federal, para tentar evitar o acesso aos dados bancários.

Por meio de sua conta no Instagram, o ex-jogador, e hoje senador, Romário, comentou o “importante passo” dado esta manhã. Ao justificar o porquê da quebra de sigilo, o senador carioca defendeu que “desde a renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da CBF em março de 2012 e sua substituição por José Maria Marin no comando da Confederação, Marco Polo Del Nero se tornou o homem forte do futebol brasileiro. E não faltam suspeitas sobre o cartola”.

Exit mobile version