Filha de Blatter questiona Justiça suíça: "Meu pai não é criminoso"
Por Redação
05/10/2015 às 16:13
São Paulo, SP
Conselheira de Blatter em sua primeira eleição ao cargo de presidente da Fifa, em 1998, Corinne lamentou que todos tentem arruinar a imagem de seu pai. “A mídia arruinou sua reputação. Por que todos atiram contra ele? O que ele fez de repente? Não sei. Isso não é apenas inveja, é ódio também. Estou chocada com as acusações contra ele, meu pai não é um criminoso”, declarou.
Aos 79 anos, Blatter conseguiu ser reeleito no fim de maio, na mesma semana que culminou com o surgimento do escândalo de corrupção envolvendo a Fifa, que prendeu sete dirigentes ligados à entidade no ato. Frente às investigações, e temendo pelos desdobramentos, o suíço abriu mão de exercer o quinto mandato seguido à frente da instituição e convocou novas eleições para fevereiro de 2016.
No fim de setembro, cerca de três meses após o início das investigações em conluio entre a polícia suíça e o FBI, a Justiça de Zurique citou Blatter nominalmente pela primeira vez em um processo, acusando-o de pagamento indevido de 2 milhões de francos (cerca de R$ 10 milhões) a Michel Platini, em 2011. A procuradoria nacional também suspeita que Blatter tenha vendido direitos de transmissão a Jack Warner de forma barateada.
Há algumas semanas, em meio às reuniões do Comitê Executivo da entidade, Blatter precisou cancelar um pronunciamento oficial por conta de uma visita inesperada à sede da entidade. Oficiais da Justiça suíça aparecem de surpresa na Fifa e fizeram um ‘pente fino’ na entidade, recolhendo documentos e computadores como parte da investigação.
“O procedimento da Justiça suíça é questionável. Não houve aviso prévio, e o fato de comunicar tudo à imprensa já era uma condenação do meu pai. Fiquei com medo de ele sair algemado. Ele apenas dizia: ‘Acho que isso é um pesadelo’”, contou Corinne Blatter, que presenciou a indesejável visita dos oficiais de Justiça à sede da Fifa.