Após bicampeonato olímpico, Serginho teme a queda do nível na base - Gazeta Esportiva
Após bicampeonato olímpico, Serginho teme a queda do nível na base

Após bicampeonato olímpico, Serginho teme a queda do nível na base

Gazeta Esportiva

Por Lucas Toso, especial para a Gazeta Esportiva

29/08/2016 às 15:15 • Atualizado: 29/08/2016 às 16:14

São Paulo, SP

Com a vitória sobre a Rússia, o líbero Serginho chega à quarta final olímpica seguida (Foto: CBV)
Serginho foi eleito o melhor jogador dos Jogos Olímpicos (Foto: CBV)


Agora bicampeão olímpico com a Seleção Brasileira de vôlei e maior medalhista brasileiro em esportes coletivos – dois ouros e duas pratas – o líbero Serginho afirmou na manhã desta segunda-feira, em evento da Asics, sua patrocinadora, que tinha certeza da conquista brasileira. Preocupado, o jogador também chamou atenção para a queda do nível técnico da base brasileira.

“Eu já fui para a Vila com o ouro na cabeça. O problema é que se você duvidar, você perde. Nenhum momento eu duvidei da capacidade da equipe. Esse é um time que reage bem sobre pressão”, comentou o bicampeão olímpico. “Essa equipe aguenta bem a pressão. São jogadores jovens, mas que já ganharam muito por seus clubes e só faltava o ouro olímpico”, acrescentou Serginho.

Para o ainda jogador do Sesi, a fase de grupos complicada foi importante para o Brasil. “De certa forma ajudou jogar em alto nível. Depois do grupo começa o campeonato realmente. Não tem time fraco, cada cruzamento era uma final”, pontuou o jogador, destacando o jogo contra França, em que o Brasil poderia ter sido eliminado. “Foi primordial. A França era uma das favoritas e conseguimos mandar eles embora. Aí fomos passando e ganhando força”, analisou.

Sobre a partida contra a Rússia pela semifinal, que reeditava a decisão de Londres 2012, Serginho afirmou que já sabia da estratégia necessária para bater os soviéticos. “Já fui para o jogo da Rússia tranquilo porque o time deles é muito quadrado. São muito altos e fracos na parte técnica. Não adianta querer enfrentar os caras no ataque e bloqueio porque eles são grandes. Então é aquele jogo tranquilo, jogar a bola para lá que eles não vão conseguir pegar”, disse o líbero, eleito o melhor jogador da competição.

A partir de agora longe da seleção, salvo as partidas comemorativas contra Portugal no próximo fim de semana, o jogador se preocupa com o futuro do voleibol brasileiro, atentando para o trabalho nas categorias de base. “Acho que de imediato tem o Thiago Brendle, que pode ser o titular da Seleção Brasileira, mas a gente precisa preparar novos líberos, novos ponteiros, todo mundo”, alertou Serginho.

“Precisamos trazer e lapidar novos jogadores. Porque o nível técnico caiu demais, então se ele cai agora na seleção de base, futuramente isso vai prejudicar a principal tanto na masculina quanto feminina. Então precisamos trabalhar”, acrescentou.

Logo após o título, o veterano de 40 anos anunciou, ainda em quadra, chorando muito, que deixaria a Seleção Brasileira. “Já estou preparado há anos para parar de jogar, não vai nem doer. Na minha cabeça eu até já parei. Ninguém quer trabalhar para o resto da vida. Minha aposentadoria está próxima”, completou Serginho.

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