Organizada protesta contra tudo na reapresentação do Corinthians - Gazeta Esportiva
Organizada protesta contra tudo na reapresentação do Corinthians

Organizada protesta contra tudo na reapresentação do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Helder Júnior

11/01/2017 às 16:44 • Atualizado: 11/01/2017 às 17:36

São Paulo, SP

Os policiais civis e militares chegaram ao CT Joaquim Grava antes mesmo dos jogadores do Corinthians, com início de pré-temporada marcado para esta quarta-feira. Na véspera, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, havia prometido protestar em meio à reapresentação do time. E cumpriu.

No meio da tarde, quando os atletas já utilizavam as dependências internas do CT, um grupo de quase 200 torcedores se juntou em frente à entrada principal do local para começar o manifesto. Estenderam faixas nos muros, desfraldaram bandeirões e começaram a batucar. Após o hino do Corinthians ser entoado, apareceram as críticas e as cobranças. Ninguém foi poupado.

O primeiro alvo dos organizados foram os jogadores, de quem exigiram raça e amor à camisa. “Não é mole, não! Tem quer ser homem pra jogar no Coringão!”, avisaram, como de costume nos protestos que promovem. A insatisfação com o elenco que mal havia trabalhado em 2017 é decorrente dos fracassos acumulados em 2016, quando nem sequer uma vaga na Copa Libertadores da América foi obtida.




Para os dirigentes, a torcida dispendeu muito mais voz e ânimo na cantoria. O ex-presidente e deputado federal Andrés Sanchez, oriundo de organizadas, recebeu o recado de que “acabou a farsa”. Dele, a uniformizada cobrou principalmente satisfações em relação às contas do bilionário estádio de Itaquera, que “está falindo o Coringão”.

Antigo aliado de Andrés, de quem se afastou ainda mais a partir da contratação do técnico Oswaldo de Oliveira (já demitido), o atual mandatário Roberto de Andrade foi o próximo a ter direcionada para si uma série de rimas ofensivas. Os torcedores chamaram o presidente de “omisso” e não perdoaram a viagem que ele fez para os Estados Unidos no final do ano, em meio à crise política e à dificuldade para obtenção de reforços para o elenco.

A irritação se estendeu aos “conselheiros” e especialmente a um antigo integrante do Conselho Deliberativo do Corinthians, o hoje empresário Fernando Garcia. Foi ele quem enervou o técnico Tite com a venda do jovem atacante Malcom para o Bordeaux, da França, após o título brasileiro de 2015. Atualmente, encaminha a transferência do lateral esquerdo Uendel para o Internacional, além de representar diversos pratas da casa.

Para a Gaviões da Fiel, o Corinthians está se desfazendo dos atletas de suas categorias de base “a preço de mistura”. Esse foi um dos últimos ataques da manifestação. Quando começou a chover, os torcedores se dispersaram sem dar maiores trabalhos aos policiais, até porque ainda iriam a Taubaté para acompanhar o jogo da equipe sub-20 contra o Manthiqueira, pela Copa São Paulo, também nesta quarta-feira.

Compreensão
Fábio Carille disse aceitar a revolta da torcida do Corinthians. “Desde que seja de forma pacífica, está tranquilo. A torcida tem direito, e nós temos que saber levar”, comentou o técnico, para quem a manifestação tardou a acontecer. “No ano passado, fomos surpreendidos por não ter acontecido um protesto na parte final da temporada. Eles entenderam o que houve durante o ano”, acrescentou, dizendo-se ainda “preparado para tudo” nos próximos meses.

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