Mesmo pregando que o trabalho à frente da Seleção Brasileira precisa ser desenvolvido passo a passo, pensando em um compromisso de cada vez, o técnico Dunga já deixou claro alguns planos que vem elaborando para a Copa América. Pela proximidade com os Jogos do Rio em termos de calendário, a comissão até cogita mesclar atletas das Seleções olímpica e principal para favorecer o entrosamento.
Com o confronto diante do Uruguai marcado apenas para dia 25 de março, e a apresentação da delegação daqui a duas semanas, Dunga deve se juntar ao coordenador Gilmar Rinaldi e ao auxiliar Andrei Lopes para viajar por países europeus na tentativa de negociar a liberação dos jogadores dentro e fora da idade olímpica, que tem como teto 23 anos.
“Nessa viagem que vamos fazer à Europa vamos ter dados mais concretos para decidir. Durante a Copa América, nossa intenção é tentar mesclar jogadores olímpicos e da Seleção principal. Mas os jogadores que vão para a olímpica vão estar de férias neste período, para se apresentarem nas Olimpíadas. Então ainda estamos programando isso”, comentou após o anúncio da convocação.
Diante da queda precoce na última Copa América, quando foi eliminada para o Paraguai, a Seleção Brasileira encara o torneio comemorativo pelo centenário, que será disputado pela primeira vez fora da América do Sul, como uma oportunidade de adquirir confiança no plano de buscar a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
“Nossa intenção é trazer jogadores que estejam jogando e competindo. Talvez um ou dois fujam à regra. Mas a maioria tem que estar em nível de competição porque não vai ter muito tempo para treinar. Vem logo depois da Copa América e é uma competição com a qual todo brasileiro sonha”, declarou Dunga ao falar sobre a Olimpíada do Rio, quando deve ocupar o lugar de Micale à beira do campo para orientar o time.
Para evitar qualquer mal-estar com os clubes europeus, Dunga pretende bater na porta, um a um, para saber condições clínicas, questões de calendário e outros obstáculos na tentativa de chegar a um denominador comum que não prejudique nenhuma das partidas.
Assim, o Brasil poderá estar fortalecido e o clube não será prejudicado com eventuais problemas físicos decorrentes das apresentações na Seleção, como já aconteceu com Kaká em 2015. Após os duelos contra Chile e Venezuela, o meia voltou ao Orlando City e foi diagnosticado com um desgaste muscular, o que gerou certa polêmica
“O jogador fica a maior parte do tempo no clube e um período curto aqui. Então temos que devolver nas melhores condições. Não queremos desgastar nenhum jogador. Sabemos da importância da Seleção, mas o mais importante é a gente sentar e conversar com o clube. Nas redes sociais, um dia vejo que o clube está contra, no outro que está a favor. Então tenho que ir e conversar”, ponderou.
É quase certo que Neymar será um dos três jogadores, fora do limite de idade de 23 anos, que vão compor o grupo olímpico. No entanto, recentemente, a imprensa espanhola vem avisando que o Barcelona só aceitará liberar o craque brasileiro para uma das duas competições – Copa América ou Jogos Olímpicos. Sem ponderar o incerto, Dunga prefere conferir tudo de forma presencial.
“Não posso te responder talvez, pode ser. Tem que ser algo seguro. Na próxima semana estamos indo conversar não só com o Barcelona, mas com outros clubes que tem jogadores que nos interessam acima de 23 anos. Aí poderemos tomar uma decisão concreta. A gente quer conversar com os clubes como temos feito regularmente”, comentou.
