São Paulo precisa propor salário maior para ativar cláusula por Lugano - Gazeta Esportiva
São Paulo precisa propor salário maior para ativar cláusula por Lugano

São Paulo precisa propor salário maior para ativar cláusula por Lugano

Gazeta Esportiva

Por Ana Carolina da Silva*

28/12/2015 às 21:59 • Atualizado: 29/12/2015 às 16:39

São Paulo, SP

O São Paulo vai precisar testar os próprios limites financeiros para ter Lugano em campo (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
O São Paulo vai precisar testar os próprios limites financeiros para ter Lugano no elenco (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Ao contrário do que havia dito à imprensa há exatos seis dias, o empresário de Diego Lugano confirmou a existência de uma cláusula de liberação no contrato do zagueiro com o Cerro Porteño. Entretanto, o termo em questão não está condicionado apenas ao São Paulo, como especulado anteriormente. De acordo com o também uruguaio Juan Figer, o defensor pode rescindir o vínculo com o clube paraguaio se apresentar uma proposta de qualquer equipe com valores superiores aos que recebe hoje no Cerro.


“Essa cláusula sempre existiu a favor do jogador. Ele tem que apresentar uma proposta com valores superiores aos que tem hoje com o Cerro Porteño”, explicou o agente por telefone à Gazeta Esportiva na noite desta segunda-feira. É importante ressaltar que a agremiação do Paraguai ainda teria a opção de igualar a oferta para segurar o atleta.


A nova declaração vai de encontro à informação divulgada pelo próprio Juan Figer no último dia 22 de dezembro. Na ocasião, o empresário negou a existência de qualquer cláusula de liberação em contato com a Rádio Bandeirantes. Até então, o uruguaio só confirmava um termo relacionado à renovação do vínculo de Lugano com o Cerro Porteño, que ocorreria de forma automática após um determinado número de jogos com a camisa paraguaia.


Embora se recuse a revelar mais detalhes do contrato válido até o meio de 2016 – “São dados confidenciais”, reitera o agente –, Juan Figer indicou o desejo de seu cliente. “Se houver um acordo, eu acredito que ele volte [ao São Paulo] porque é uma vontade dele”, comentou.


Contudo, ao trazer à luz a cláusula mencionada, o empresário tornou evidente um possível obstáculo: a atual crise financeira tricolor. O salário de Lugano no Cerro Porteño é inteiramente pago em dólar, fator que pode inflacionar a quantia que o São Paulo teria que desembolsar para repatriar o ídolo.


Em busca de mais austeridade, a diretoria do Morumbi estipulou um teto salarial de R$ 300 mil mensais para seus atletas em 2016. A informação é de que o uruguaio recebe 70 mil dólares por mês do time paraguaio (cerca de R$ 270 mil, segundo o câmbio desta segunda-feira).


Com a necessidade de superar os atuais vencimentos pagos a Lugano pelo Cerro Porteño, o São Paulo precisa se aproximar de seu próprio limite financeiro para satisfazer a torcida com a volta do jogador de 35 anos, possivelmente comprometendo o orçamento para outros reforços. O que Juan Figer deixa claro é que essa preocupação pertence somente ao Tricolor. “Você teria que fazer essa pergunta para o São Paulo”, despistou.


Contratado pelo time do Morumbi a pedido do então presidente Marcelo Portugal Gouvêa, em 2003, Lugano enfrentou grande desconfiança inicial por parte da torcida e da imprensa, que o tratavam como o "jogador do presidente". O estilo voluntarioso do uruguaio e a subsequente conquista da Copa Libertadores da América, em 2005, acabaram por transformar o beque em ídolo.




Lugano enfrentou grande desconfiança em sua chegada ao Tricolor, em 2004 (foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)
Lugano enfrentou grande desconfiança em sua chegada ao Tricolor, em 2003 (foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)

*especial para a Gazeta Esportiva

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