Os primeiros a darem adeus foram Kelvin e Mena. Ambos estavam emprestados até o fim deste ano e foram liberados pela falta de acordo financeiro. O Tricolor não se mostrou disposto a pagar nem a pedida do Porto pelo atacante e muito menos atender o desejo do Cruzeiro pelo lateral chileno.
Já a situação de Michel Bastos era um pouco mais complexa. O meia tinha contrato até dezembro de 2017, mas se tornou um encosto no clube, pois não era aceito pela torcida e também se dizia sem condições psicológicas de atuar. Apesar da intenção em usar o veterano como moeda de troca, o São Paulo preferiu encerrar de vez o vínculo do atleta, que foi dispensado com um acordo em que nenhuma da partes precisou desembolsar qualquer quantia financeira.
Mais dois meias também estão de saída. Daniel, de 22 anos, não conseguiu emplacar em um ano e meio e deve atuar toda a temporada de 2017 na Chapecoense, em um empréstimo com salários bancados pelo time de Santa Catarina. Além dele, Jean Carlos, dois anos mais velho, também vai respirar novos ares. Aposta da janela de transferências do meio do ano, Jean fez apenas três partidas e defenderá o Goiás por um ano. Seu contrato com o São Paulo se encerraria após o Campeonato Paulista.
Outros três atletas importantes estão na lista de dispensa, apesar do clube ainda não ter oficializado a situação. O primeiro deles é Carlinhos. Seu vínculo com o time do Morumbi vai até o fim do ano que vem, mas o lateral já foi avisado que não faz parte dos planos e já busca uma nova equipe para atuar. Seu nome sequer deve integrar a delegação que vai aos Estados Unidos para a pré-temporada.
Já João Schmidt tem uma proposta de renovação para seguir jogando no clube que o revelou para o futebol. Mas, o desejo do volante em atuar na Europa novamente tem falado mais alto. O jogador prometeu comunicar sua decisão assim que se reapresentar, mas o clube já foi adiantado pelo empresário de João, o ex-atacante Luizão, que a Atalanta, da Itália, deve ser o rumo do jogador.
A maior incógnita, no entanto, é Wesley. Jogador caro, com contrato longo, até o término da temporada de 2018, mas com forte rejeição da torcida. Desde agosto, após ser agredido na invasão ao CT da Barra Funda, o volante não concede entrevista. Apesar de seguir cumprindo com suas obrigações profissionais, o clima para continuar não é dos melhores e o São Paulo entende que a melhor solução seria emprestá-lo ou usa-lo como moeda de troca nesta janela de transferências.
E para equilibrar essa ‘limpa’, a diretoria são-paulina também agiu rápido na hora de ir ao mercado. Contratou Cícero, Neilton, Wellington Nem e Sidão. Um goleiro para tentar acabar com o problema no gol desde a aposentadoria de Rogério Ceni, já que Denis não inspira confiança, dois atacantes para amenizar a falta de gols que tanto incomodou em 2016 e um meio campista versátil, de forte presença tanto ofensiva quanto na marcação.
Em poucos dias, o saldo do trabalho nos bastidores é positivo. Após a virada do ano, muita coisa ainda deve acontecer até a estreia do São Paulo no Campeonato Paulista. O clube ainda quer mais um atacante, está monitorando meias e laterais esquerdos e não descarta perder mais atletas. Um deles pode ser Rodrigo Caio, constantemente procurado por clubes europeus.
E não se pode esquecer que boa parte das lacunas deixadas devem ser preenchidas por jovens promessas das categorias de base, que em 2016 renderam 12 títulos ao clube. Fora David Neres, Luiz Araújo, Pedro, Auro, revelações que já fazem parte do elenco profissional, outros garotos devem ser promovidos nesse primeiro semestre. O atacante Gabriel e o lateral esquerdo Júnior, ambos do Sub-20, inclusive assinaram novos contratos nos últimos dias.