O Conselho Deliberativo se reuniu na noite desta quarta-feira para votar o balanço financeiro do clube referente a 2015. Depois de mais de quatro horas de discussão na Vila Belmiro, os conselheiros decidiram seguir o parecer do Conselho Fiscal e não aprovaram as contas em votação acirrada, com resultado final de 83 a 81 votos a favor da reprovação. A mesa de direção se absteve antes mesmo do início do pleito e, quando tentou exercer seu direito para mudar o cenário, voltou atrás diante de tantos protestos.
Agora, a gestão do presidente Modesto Roma Júnior passará pelo crivo da Comissão de Inquérito e Sindicância do Santos, que terá um novo prazo para avaliar o caso e apresentar um novo parecer de aconselhamento de como o Conselho Deliberativo deve proceder. Modesto pode até ser impedido ou suspenso de seu cargo junto com César Conforti, vice-presidente.
O balanço apresentado pela diretoria e exposto publicamente apontou um déficit de R$ 78 milhões ano passado. E as principais causas para isso, segundo o Conselho Fiscal, foram as antecipações de cotas de transmissão de TV sem consulta do CF, como ordena o estatuto do clube, além de pagamentos a intermediários e a venda e compra de parte dos direitos econômicos do volante Alison.
“Não vendemos jogadores. Precisávamos nos preocupar com resultados em campo e não vendemos os atletas. Não vendemos e valorizamos. Precisávamos fazer valer a nossa tese de que as negociações feitas no apagar das luzes da gestão de 2014 não eram vendas de jogadores, pois o estatuto social do Santos considera essas negociações como ineficazes”, discursou o presidente Modesto Roma Júnior, citando as negociações que envolveram Alison, Daniel Guedes, Geuvânio e Gabriel pouco antes de Odílio Rodrigues entregar o cargo.
O ex-mandatário e todos os participantes do Comitê Gestor da sua época foram expulsos em decisão polêmica do Conselho Deliberativo, que ainda pode ser revista. Com as contas reprovadas, Modesto Roma Júnior pode até sofrer com o mesmo temor, já que fica vulnerável a partir de agora a um processo por gestão temerária.
