A Seleção Brasileira de futebol feminino encerrou a sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro na quarta colocação, sem nem sequer a medalha de bronze. Para o técnico Vadão, o resultado frustrante poderá ser compensado pelo interesse que a modalidade atraiu durante o torneio.
“Antes do jogo contra o Canadá, tivemos uma conversa longa, em que eu disse que fiquei meio assustado e impressionado com a conquista que tivemos, a do coração do torcedor brasileiro. Mesmo disputando o bronze, o estádio estava lotado mais uma vez. A impressão que se tem é de que o torcedor brasileiro vai começar a enxergar o futebol feminino de outra forma”, comentou Vadão.
De fato, a Seleção Brasileira jogou sempre diante de bom público e foi aplaudida até mesmo nas derrotas para a Suécia, nos pênaltis, nas semifinais, e para o Canadá, por 2 a 0, na disputa pelo bronze. Na internet, popularizou-se uma fotografia em que um garoto aparece com uma camisa do time nacional masculino com o nome de Neymar riscado, substituído pelo de Marta. A estrela também foi lembrada pelo público quando os homens estavam em campo.
“Ganhamos vários fãs durante as Olimpíadas, enchendo estádios. Isso é o maior prêmio para a gente. É óbvio que queríamos estar no pódio, mas vamos levar esse reconhecimento com a gente. E peço ao povo brasileiro: não deixe de apoiar o futebol feminino. Precisamos de vocês”, discursou Marta.
Para Vadão, o insucesso nos Jogos Olímpicos não deverá afastar o público. “O brasileiro é muito sentimental, ainda mais no futebol. Mas a torcida correspondeu positivamente na nossa derrota. É sempre um sentimento de perda grande, mas repito que me assustou o carinho para com o nosso time”, enfatizou.
O técnico acredita até que o equilíbrio do torneio feminino nas Olimpíadas possa colaborar para a evolução da modalidade. “Às vezes, você vê um jogo feminino meio xoxo porque são equipes sem as condições ideais, que não se alimentam bem. Aí, nos Jogos Olímpicos, há uma intensidade muito forte, com o Brasil jogando no mesmo nível. Assim, o futebol feminino passa a ser encarado com maior seriedade e respeito”, concluiu Vadão.
