Eduardo Baptista se anima com G6 e projeta futuro no comando da Ponte - Gazeta Esportiva
Eduardo Baptista se anima com G6 e projeta futuro no comando da Ponte

Eduardo Baptista se anima com G6 e projeta futuro no comando da Ponte

Gazeta Esportiva

Por Lucas Sarti *

07/10/2016 às 10:00 • Atualizado: 07/10/2016 às 14:28

São Paulo, SP

Eduardo Baptista criticou a arbitragem (Foto: Fabio Leoni/Ponte Press)
Eduardo Baptista vê o G6 com bons olhos (Foto: Fabio Leoni/Ponte Press)


A novidade no sistema de classificação para a Libertadores através do Campeonato Brasileiro vem dividindo opiniões. Com seis vagas para a competição sul-americana provenientes do Brasileirão, passando de G4 a G6, a chance de clubes de menor orçamento se classificarem para a "menina dos olhos" dos times brasileiros aumentou.

Um dos mais antigos times do Brasil, e o mais antigo do Estado de São Paulo, a Ponte Preta nunca participou da competição sul-americana. Mesmo com a terceira colocação no Brasileirão de 1981, a Macaca não foi à Liberta pois na época os brasileiros possuíam apenas duas vagas.

"É um benefício maior para o campeonato. Tem muitos times com o orçamento na casa de dois dígitos, mas como o nosso é de 1 milhão e 800 mil, brigar por quatro vagas é muito difícil, acaba chegando quatro equipes grandes com poder financeiro maior. Agora, abre para dois times sem investimento tão alto. Para o campeonato vejo que apimenta mais a competição, pois sempre nas últimas rodadas temos seis times brigando pelo G4, com o aumento nas vagas, aumenta o número de times brigando pelo G6. E o campeonato tem a ganhar em complexidade, tem mais time chegando", afirmou o técnico Eduardo Baptista em entrevista à Gazeta Esportiva.

Fellipe Bastos fez o gol da Ponte no empate por 1 a 1 contra o Lanúz, no primeiro jogo da final, que aconteceu no Pacaembu, no dia 4 de dezembro de 2013 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press -
Fellipe Bastos fez o gol da Ponte no empate por 1 a 1 contra o Lanús, no primeiro jogo da final, que aconteceu no Pacaembu, no dia 4 de dezembro de 2013 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


A primeira experiência do time de Campinas em uma competição de nível internacional aconteceu somente em 2013. Em sua primeira participação na Copa Sul-Americana, a Macaca conseguiu o impressionante segundo lugar, perdendo a grande final do torneio para o Lanús, da Argentina.

Apesar de exaltar as duas vagas extras do Campeonato Brasileiro, o técnico Eduardo Baptista concorda que as chances de times com maior orçamento se classificarem à Libertadores aumentou. Mesmo assim, o treinador natural de Campinas acredita que a vaga pode coroar uma campanha sólida.

“No G4 já é assim, sempre foi. Mas com o aumento, para times como a Ponte, que faz campanhas mais sólidas, é a chance de chegar. Os grandes sempre vão ter vantagem pelo valor do elenco”, comentou.

Depois de um ótimo começo na competição, quando chegou a ficar na quarta colocação do Brasileirão, a Macaca caiu de produção e passou a figurar o meio da tabela, entre a sétima e a décima posição, chegando a alcançar a sexta colocação na rodada 25.

Com 39 pontos somados, a Ponte ocupa a 10ª colocação do Campeonato. A seis pontos do G6, a Macaca possui um jogo a menos que Corinthians e Grêmio, adversários diretos pela classificação. Neste sábado o time encara o Cruzeiro, no Mineirão, para tentar encostar no seleto grupo.

"Estamos muito próximos, tem muitos times com a mesma pontuação, mas você vê a luz no fim do túnel. A primeira meta é a manutenção, estamos no segundo ano consecutivo na Série A, e isso nos motiva mais, cria um ambiente para buscar uma vaga na Libertadores", disse Eduardo.

Filho de Nelsinho Baptista, técnico com passagem marcante pelo Corinthians, onde conquistou o primeiro título brasileiro do Alvinegro, em 1990, Eduardo Baptista participou da campanha do Sport na Libertadores de 2009, quando ainda era preparador físico do Leão.

Eduardo comandou o Sport em 2014 (Foto: Divulgação)
Eduardo comandou o Sport em 2014 (Foto: Divulgação/Sport)


"Disputei pelo Sport em 2009. É uma competição diferente, com uma arbitragem e maneira de jogar diferentes, até o clima e a altitude. É uma competição mais aguerrida, tem que ter atletas com uma peculiaridade, e o brasileiro se apaixonou por ela. Uma eventual classificação seria ótima", lembrou o treinador, que comandou o Sport entre 2014 e 2015, levantando a taça de campeão da Copa do Nordeste de 2014 e o Campeonato Pernambucano do mesmo ano.

Boa fase no nacional - Dos 37 gols anotados pela Macaca neste Campeonato Brasileiro, 10 saíram dos pés de William Pottker. O jovem atacante, que brilhou com a camisa do Linense no Paulistão deste ano, foi contratado para disputar espaço no elenco pontepretano e vem surpreendendo o treinador, que acredita ser difícil manter o jovem de 22 anos em Campinas por muito tempo.

“Ele é um jovem atacante. Aqui ele joga tanto pelos lados como sendo um falso camisa 9. No Brasileiro coloquei ele em uma função diferente. Ele sempre jogou pelo lado, aqui está como um nove e fazendo gols. Está amadurecendo, é um atleta rápido e é difícil segurá-lo aqui. (Deve disputar) Mais um Paulista pela Ponte, de repente uma Libertadores. Vejo com bons olhos, aqui ele está protegido, sempre sendo orientado, pois é muito jovem. Mas até pela escassez de artilheiros no futebol, será difícil segurá-lo”, comentou.

Baptista chegou a ser sondado pelo Corinthians (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
Baptista chegou a ser sondado pelo Corinthians (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


Sondado pelo rival - Com a boa campanha sob o comando da Macaca, Eduardo chegou a ser sondado por grandes times do cenário nacional, como o Corinthians, que expressou publicamente o desejo de contar com o comandante após a demissão de Cristóvão Borges.

Com contrato até 2017 firmado com a Ponte Preta, Eduardo não deixou o time de Campinas na mão e manteve-se firme no cargo. O treinador se mostrou confiante com a campanha da equipe e projetou futuro à frente do clube que o lhe acolheu em abril deste ano.

"(Vejo isso) Com tranquilidade, por melhores resultados sempre vai ter pressão. A gente sabe do nosso potencial, trabalha sempre em cima disso e é bom quando você escuta seu nome sendo falado, mas sei o que quero para minha carreira, com os pés no chão. Já estamos planejando o ano que vem, em termos de contratação, e nada me tira o foco. Ainda mais com a história do G6...", finalizou Eduardo Baptista.

* Especial para a Gazeta Esportiva

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