Mas, a confiança em cima de Gabriel Jesus teve um pequeno decréscimo nas últimas semanas em função de sua fase no Palmeiras. O receio de parte da crítica e de alguns torcedores se vale por Jesus estar há oito jogos sem marcar gols. A estrela palmeirense balançou as redes apenas uma vez nas últimas 13 apresentações do líder do Campeonato Brasileiro. Para Tite, porém, isso não quer dizer muita coisa.
"Não considero mau momento do Gabriel no Palmeiras. Talvez isso seja associado à última bola, mas não considero nas participações coletivas. Ainda sinto peso da responsabilidade de ser técnico da Seleção Brasileira. É muito difícil, é humano, é compreensível. Um tempinho também para os jogadores que não têm os 55 anos que eu tenho", protegeu o treinador.
Tite também precisou lidar com uma situação que envolvia dois atletas experientes. Co Marcelo e Filipe Luis à disposição, o técnico teve de fazer sua escolha, optou pelo jogador do Real Madrid, e por isso chamou a dupla para uma conversa reservada.
"Eu sabia que vocês iriam me ver conversar. Chamei os dois e disse que o Marcelo jogou muito nos dois primeiros jogos, o Filipe jogou demais na sequência dos dois jogos. No meu critério, Marcelo saiu porque estava machucado, então retorna, mas fica o grande reconhecimento ao Filipe. E se prepara, porque haverá o momento em que os reservas poderão ser decisivos", explicou.
Mesmo com toda sua moral e seu status de “melhor técnico brasileiro”, Tite ainda é um novato na Seleção Brasileira e talvez nunca tenha convivido com esses dilemas e com a missão de ter de administrar um grupo com tantos jogadores de alto nível. Por isso, Tite lembrou do início de sua carreira às vésperas do confronto com a Argentina.
"Minha apresentação no Grêmio, quando entrei na sala, comecei a olhar, vindo do interior, era Danrlei, Roger, Zinho, Astrada, Ronaldinho Gaúcho, Amato... Eu disse 'e agora?'. Decidi que seria do meu jeito, vou olhar e falar o que penso, se quiser ficar bravo tudo bem, ele vai entender que sou emotivo, que isso faz parte. Eu tremia pra caramba. É minha essência, foi a primeira experiência", lembrou o comandante que livrou o Brasil do risco de ficar de fora da Copa para assumir a liderança das Eliminatórias.
"Quatro jogos, muito pouco para uma análise consistente em cima de um trabalho. É um bom começo, mas é pouco para ter uma opinião formada em cima de um trabalho realizado. No término das eliminatórias teremos algo mais consistente. O desafio é repetir um padrão de atuação num grande clássico com nível técnico", concluiu Tite, evitando a todo momento um clima de euforia e empolgação em excesso.