A Minas Arena, responsável por administrar o Mineirão, disse ter se surpreendido com a ação que o Cruzeiro moveu na Justiça para rescindir o contrato de fidelidade que mantém com a empresa. O pedido foi protocolado nessa quarta-feira na 32ª Vara Cível de Belo Horizonte e tem como base o suposto descumprimento de cláusulas por parte da concessionária. A empresa rebateu a versão apresentada à Justiça pelo Cruzeiro e afirmou que o clube não arcou com o pagamento de dívidas.
A Raposa alega que a Minas Arena deveria arcar com um prejuízo de R$ 25 milhões. A empresa teria rompido uma cláusula ao marcar shows para o Mineirão em datas que coincidiram com jogos do Cruzeiro. A diretoria entende que o acordo firmado com a concessionária garante a preferência ao clube. Também consta na ação uma reclamação referente ao preço dos ingressos comercializados pela Minas Arena no estádio.
Por meio de nota, a Minas Arena disse que não foi intimidada oficialmente e que acabou "surpreendida pelo pedido de rescisão contratual noticiado pela imprensa após acionar o Cruzeiro judicialmente, solicitando cobrança da dívida referente ao reembolso de parte dos custos das partidas". A empresa afirma que o contrato foi cumprido rigorosamente e que não foi procurada pelo clube para tratar dos temas abordados na ação judicial.
"Vale lembrar que a Justiça concedeu decisão favorável à concessionária, referente à causa movida pela empresa em março/16, no qual foi determinado bloqueio e o depósito em juízo do valor correspondente a 25% da receita líquida das próximas partidas realizadas sob o mando do Cruzeiro para ressarcimento da dívida do clube", afirma a empresa. A Minas Arena, contudo, diz estar aberta a dialogar com a diretoria celeste para resolver as pendências.
O Cruzeiro voltou a se pronunciar após a nota emitida pela concessionária, dizendo que a empresa "não somente violou as condições contratuais ajustadas e nas suas mais diversas formas, mas também as praticou com claro intuito de prejudicar o Cruzeiro Esporte Clube e o futebol mineiro". A Raposa afirma que tentou levar as demandas à Minas Arena, mas a "concessionária sempre se mostrou desrespeitosa no trato e indiferente às obrigações assumidas com o clube".
"Baseado em premissas equivocadas e fundamentos inverídicos, a concessionária ajuizou demanda de cobrança contra o Cruzeiro Esporte Clube, ao passo que o clube, nesta data, além de igualmente exigir as reparações necessárias, requereu a rescisão judicial do contrato de fidelização, pelo qual cobra multas, indenizações e danos de toda espécie", prosseguiu a diretoria da Raposa, antes de apontar que "não mais reconhece a legitimidade desta concessionária para administrar o Mineirão".
"Esclarecemos, ainda, que o Clube continuará atuando no estádio Mineirão, patrimônio dos mineiros, enquanto julgar conveniente, pois não se sujeitará à irresponsabilidade sorrateira daqueles que se julgam no direito de ignorar a lei e o respeito ao bem público", concluiu o clube.
