“Resolvemos segurar o Jô por conta de uma dor no músculo adutor e pelo cansaço. Aí, o Kazim aproveitou a oportunidade. Ele deu uma resposta boa e está com moral. Por isso, escolhemos dar continuidade”, justificou Carille, na véspera da partida.
Kazim já chamava a atenção no Corinthians antes mesmo de entrar em campo. Carismático, o estrangeiro que é casado com uma brasileira se apresentou como “o gringo da favela” ao assinar contrato com o clube e voltou a valorizar as origens humildes em sua apresentação, falando um português com sotaque carregado. No convívio com os companheiros, mostrou-se mais desinibido ainda.
“Esse daí é mais brasileiro do que muitos de nós”, sorriu Carille, ao ouvir que Kazim é europeu. “Ele deixa um ambiente muito bom no trabalho. Já tínhamos essa informação de quando estava no Coritiba. Aqui, está acrescentando muito mesmo na questão do vestiário, deixando um clima muito bom no nosso dia a dia”, acrescentou.
Dentro de campo, Kazim estreou com uma boa atuação no segundo tempo da goleada por 4 a 1 sobre o Vasco, pela Copa Flórida, quando marcou um gol e deu uma assistência. No jogo seguinte, contra o São Paulo, envolveu-se em uma confusão generalizada e acabou expulso ainda na primeira etapa.
Para se sair melhor no próximo clássico, agora contra o Palmeiras, Kazim disse que controlará a sua tensão até “explodir” na hora da partida. No treinamento da véspera do Derby, o centroavante que barrou Jô conversou bastante com os demais titulares, na tentativa de ajustar o seu posicionamento, e realizou tratamento com gelo no joelho direito ao final da atividade.
Outra novidade
Se Kazim já estava bem cotado a ganhar a vaga de Jô, a presença do volante Maycon no lugar de Camacho (dispensado do clássico em função da morte do pai, Anízio, em um acidente de elevador) foi uma surpresa. O favorito a jogar era Fellipe Bastos, que, apesar de já ser contestado por torcedores, recebia sucessivos elogios de Fábio Carille.
“O Maycon estava na Seleção Brasileira sub-20 e vinha com um ritmo de jogo muito forte. É um atleta que conhecemos bem por já ter trabalhado conosco no ano passado, além de ter ido bem na Ponte Preta (estava emprestado à equipe de Campinas)”, ressaltou o treinador, sem deixar de enaltecer mais uma vez o trabalho do concorrente de posição.
“O Fellipe Bastos veio de um futebol um pouco menos competitivo (estava no Baniyas, dos Emirados Árabes Unidos) e vai passar por um processo de adaptação parecido com aquele por que passou o Vagner Love em 2015. Mas é um excelente profissional e chegará aonde a gente quer”, confiou Carille.
