Especialista vê finanças do Timão com preocupação, mas elogia o Flamengo - Gazeta Esportiva
Especialista vê finanças do Timão com preocupação, mas elogia o Flamengo

Especialista vê finanças do Timão com preocupação, mas elogia o Flamengo

Gazeta Esportiva

Por Redação

03/02/2017 às 09:00 • Atualizado: 03/02/2017 às 12:49

São Paulo, SP

Foto: Philipp Schmidli/Getty Images
Foto: Philipp Schmidli/Getty Images


O potencial do Corinthians em gerar receitas é enorme, mas a saúde financeira do clube não proporciona tranquilidade aos seus gestores. Desde o ano passado, a diretoria do Timão falava em dificuldades para cumprir os seus compromissos e a situação de 2017 sinaliza ficar ainda mais complicada, segundo constatou César Grafietti, superintendente de crédito do Itaú BBA, autor de um relatório que analisou as finanças dos times de futebol do Brasil.

Em entrevista ao Infomoney TV, o especialista destacou o volume de receitas do Corinthians em 2016, mas com uma observação importante: "O futebol é muito dinâmico no dia a dia, muitas transações que mudam as finanças, venda de atletas, novos contratos. O Corinthians tem mais receitas, mas são receitas não recorrentes, saem de luvas de venda de contrato de televisão e através da venda de atletas. Os números foram bons, mas são receitas que não vão aparecer em 2017, então imaginamos uma situação mais difícil", disse.

Para complicar ainda mais a gestão atual, o presidente Roberto de Andrade ainda precisa achar soluções para a dívida do estádio de Itaquera. Os valores reservados para o pagamento do local que recebeu a abertura da Copa do Mundo de 2014 praticamente anulam o bom desempenho das receitas do Timão.




"Todo clube precisa de um estádio para chamar de seu e agregar receitas, é fundamental para sustentabilidade do clube. O caso do Corinthians não é investir no estádio, mas investir no estádio muito caro, com taxa de juros tão alta. O projeto depende da própria receita e ainda de receitas que saem de outros lugares. O estádio contava com outras captações que não vieram, o naming rights ou recursos tributários da prefeitura de São Paulo, os CIDs, então se tornou um estádio praticamente inviável. Mais ou menos R$ 1 bilhão de dívida com 16 a 17% de juros. A ideia é correta, mas foi um erro como foi executada", comentou o executivo, que foi além: citou que teria sido melhor o Corinthians permanecer no modelo antigo, mandando jogos alugando o Pacaembu.

"Se o Corinthians ultrapassar 10 ou 15 anos de pagamento de dívidas, certamente o estádio (em Itaquera) será um ponto positivo. O Pacaembu não daria tanto volume de receitas, mas não tinha o custo tão alto. Pragmaticamente seria melhor seguir com o Pacaembu, buscar processo de melhorias lá e manter o nível de receita mais razoável com o que tem hoje", emendou César Grafietti.

O relatório financeiro relacionou ainda o bom desempenho econômico ao resultado positivo dentro de campo em 2016. Esse foi o caso de Palmeiras, Santos, Grêmio e, sobretudo, do Flamengo. Nos últimos anos, a equipe carioca passou por um processo de saneamento financeiro e tem perspectivas altamente positivas para o futuro. "O Flamengo cortou custos, hoje entra no período de receitas elevadas e custos controlados. Pode fazer grandes investimentos e garantir o pagamento de salários. Fechou 2016 com receitas recorrentes estáveis. Se for comparado ao Corinthians, o Flamengo teve um desempenho melhor, por exemplo", analisou César Grafietti.

Conteúdo Patrocinado