CPI quer sessão para discutir agressão ao presidente da Gaviões - Gazeta Esportiva
CPI quer sessão para discutir agressão ao presidente da Gaviões

CPI quer sessão para discutir agressão ao presidente da Gaviões

Gazeta Esportiva

Por Theo Chacon*

07/03/2016 às 11:49

São Paulo, SP

Contrário ao fim das organizadas, presidente da CPI quer esclarecimentos em sessão (Foto:Sérgio Barzaghi/Gazeta Press)
Contrário ao fim das organizadas, presidente da CPI quer esclarecimentos em sessão (Foto:Sérgio Barzaghi/Gazeta Press)


A CPI das Torcidas Organizadas deve ter o cronograma alterado nos próximos dias. Com prazo limite até o mês de maio, a comissão parlamentar planeja agendar uma sessão extraordinária na Câmara para esclarecer detalhes da agressão a Rodrigo de Azevedo Lopes Fonseca, presidente da Gaviões da Fiel.

Na última quarta-feira, mesmo dia em que o Corinthians venceu o Santa Fe-COL, o presidente da torcida e um outro integrante foram vítimas de uma emboscada na zona oeste da capital paulista. Após reunião no Fórum da Barra Funda, com representantes de torcidas de Palmeiras e São Paulo, os dois membros da Gaviões foram agredidos no estacionamento de um supermercado.

Diguinho, como era conhecido pelos membros da agremiação, teve os dois braços fraturados e hematomas na face. Já Cristiano Simões, que estava ao lado do presidente, teve os dentes quebrados e também precisou ser dirigido ao hospital.

Áudios e imagens pipocaram na rede relacionando o acontecido à rivalidade entre Gaviões da Fiel e Mancha Alviverde. No entanto, com base em outras imagens e gravações divulgadas na rede, criou-se a desconfiança de que membros da Torcida Independente, do São Paulo, estariam envolvidos na ação.

Diante das especulações, o vereador Laércio Benko (PHS), presidente da CPI das Torcidas Organizadas, pretende tomar frente no processo com o intuito de esclarecer o acontecido. "Chegaram até nós as informações que foram colhidas com base na imprensa e internet. Vamos convocar uma sessão para ouvir a Gaviões e a Independente", confirmou o parlamentar, sem cravar um culpado.

"Até pela localização estava sendo veiculado que poderia ser a Mancha Verde, o que não se confirmou. Na realidade temos os nervos à flor da pele entre todas as torcidas. Efetivamente, pudemos reparar que tem um nível acima do normal com relação às torcidas do São Paulo e do Corinthians", comentou o vereador em entrevista à Gazeta Esportiva nesta segunda.

Defendendo que a extinção das torcidas organizadas é "balela", e que, na prática, não teria efeito algum, Benko reconhece que a animosidade entre as torcidas pode diminuir a partir do momento que o clube se responsabilize pela ação das agremiações. Porém, atualmente, a parceria só acontece quando interessa.

"Não é só a Polícia Militar que vai resolver o problema, não é um problema policial. Tenho uma tese, defendida na CPI, que só vamos chegar a algum lugar quando os clubes e as federações forem responsabilizados. Não temos como dissociar a organizada do clube. Ela é um fruto do clube., Quando se trata da questão de dinheiro, todos estão juntos. Quando o assunto é violência, as entidades que deveriam se responsabilizar desaparecem", disse.

Reprovando o fato de as torcidas organizadas serem encaradas como "bois de piranha" do futebol brasileiro, sendo usadas como desculpa para o que de ruim acontecer no esporte, o vereador condenou a exploração que é feita das imagens de tais agremiações. Na filmagem da TV, é a organizada quem puxa a festa, mas, ao mesmo tempo, é ela a protagonista das confusões.

"Tentarei conduzir a CPI agora de modo a acabar com essa demagogia de terminar com as organizadas. Isso é enxugar gelo. Temos que trazer essa responsabilidade para os clubes e as federações. Uma saída é criar um departamento de torcidas organizadas, assim como o marketing se responsabiliza por produtos licenciados. Se isso vai ser uma saída, eu não sei", admitiu.

*Especial para Gazeta Esportiva

Conteúdo Patrocinado